Um dos principais motivos que nos impulsionam a viajar é conhecer coisas diferentes, pessoas, lugares, culturas etc. Isso você já deve estar cansado de saber. Ao procurar outro país para viver esta experiência, tinha curiosidade em saber como é a vida dessas pessoas que vivem tão longe de mim, o que elas podem ensinar, quais são seus objetivos, formas de pensar, entre outros pontos interessantes. Esperamos muitas situações novas e realmente conseguimos, percebemos grandes diferenças em relação aos nossos costumes, à nossa terra e à nossa gente.
Porém em meio à força dessa análise, surge também um ponto que chama bastante minha atenção, ele é simplesmente o inverso dessas convicções, e vem como um grande alicércie de entendimento para toda esta vida e toda visão de planeta que tenho. O ponto é que todos somos iguais, de norte a sul, de leste a oeste, ricos ou pobres, instruídos ou não, somos humanos, somos da mesma espécie e principalmente temos a mesma essência, o mesmo potencial, estamos sujeitos às mesmas dores e alegrias.
Nossa cultura, o lugar que vivemos, são só diferenças superficiais, promovidas por um curto período de aprendizado em meio a determinado espaço. Ao viver num lugar como esse, junto com pessoas vindas da Alemanha, Coréia do Sul, Japão, Hungria, Brasil, entre outros países, sentimos uma mistura em situação neutra, notando que apesar das diferenças, podemos viver em harmonia e a grande diferença entre nós não é mais que um ligeiro desvio superficial.
Na essência, não existem alemães, americanos, chineses, russos, existem humanos, humanos iguais, eles buscam o mesmo bem-estar, buscam a felicidade, sofrem com vícios e limitações particulares a cada um, reagem às mesmas drogas, têm as mesmas necessidades e sentimentos. Há uma mesma sintonia que liga todos nós, infelizmente essa sintonia sofre constante interferência em função do orgulho e do egoísmo humano, pois esse causa as guerras, as injustiças, a intolerância.
Nações não são mais que humanos, alguns mais esclarecidos que outros, mas ambos almejando a mesma felicidade, portanto a guerra é como uma briga entre dois irmãos, um conflito infantil que só causa dor e negatividade, ambos perdem, e aquele que extraiu determinada riqueza a preço de sangue, tende a pagar pela sua impiedade e cair num futuro próximo.
Se eu abraçar alguém no Canadá, não será diferente se eu abraçar alguém no Japão. Se eu mando uma mensagem carinhosa para um Indiano, ele vai ficar tão feliz quanto um Árabe. Sorrimos juntos, sofremos juntos, sonhamos juntos, crescemos juntos, somos uma grande família tentando se entender, impedidos por pensamentos infantis, orgulhosos e sem escrúpulos. Somos pequenos, fracos, necessitamos de pouco mas queremos muito, não nos contentamos com o necessário, queremos estar sempre acima, e não importa o quão em cima estivermos, nunca acharemos a paz dessa maneira.
Pertencemos à mesma nação, à nação humanidade. O operário não é muito diferente do patrão, só estão em posições diferentes devido às circuntâncias da vida, eu não ficaria supreso se o patrão fizesse melhor o trabalho do operário e vice-versa, isso seria por conta de bagagem de vida, algo que os dois têm acesso. O seu ídolo não é muito mais que você, você pode superá-lo, ele é humano, como você, um dia ele era uma criança tola e estupida tentando andar em frente à câmera de vídeo do pai.
Pobres daqueles que sentem inveja por tão pouco, pobres daqueles que se acham superiores por míseros caprichos, pobres daqueles que desperdiçam seu tempo com tamanhas futilidades sem sentido real. Pobres daqueles que não enxergam o prazer do amor e da coletividade, que não se importam com a dificuldade do semelhante ao seu lado, aqueles que passam toda sua existência praticando a mediocridade. Somos os mesmos, humanos, sempre seremos, por mais que o orgulho diga não.
Excelente!
ResponderExcluirÉ um texto muito envolvente! Essa análise é muito realista, concordo com tudo que li! Estou gostando muito do seu blog! Um abraço!
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