sábado, 26 de dezembro de 2015

Habilidade de esquecer

Interessante como vamos mudando e desenvolvendo novas formas de lidar com a vida. Interessante como, ao passar do tempo, conseguimos superar melhor as quedas e as decepções, assim como recanalizar nossas energias. Parece que temos cada vez mais controle sobre nós mesmos, mesmo que ainda sejamos pequenos e vulneráveis. E como isso é bom, quanto mais forte ficamos, mais livres nos tornamos. Deveríamos ser gratos por todas as nossas quedas, pois apesar de tudo, algo maior existe além desta vida.

Saber que não existe mal que dure pra sempre é um preceito alicerce para compreender os movimentos da vida. Problemas não devem ser ignorados é claro, eles devem ser explorados e superados, como uma questão difícil de matemática, talvez você ainda não consiga resolvê-la, então você deixa ela por um tempo para lidar com algo mais fácil e mais ao seu alcance, mas em algum momento você será capaz de voltar a ela para resolvê-la com efetividade.

Poucas sensações são melhores do que perceber que você não é tão vulnerável como foi um dia, que o mundo pode lhe sobrecarregar um pouco, mas que diferentemente da situação passada, você tem condições de manejar a questão e encontrar soluções. Como diz aquela velha frase norte-americana, “Freedom is not Free”, e como diria Roger Scruton, “A felicidade requer sacrifício”. Talvez Ayn Rand discordaria desse negócio de “sacrifício”, mas neste ponto me inclino a concordar com Scruton.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Um Natal para o belo


Desde que minha avó faleceu há alguns anos, o Natal nunca foi o mesmo. A família agora celebra separadamente, sempre com algum lugar matriz, mas que não representa aquela realidade que se outrora. Por um lado perdeu-se os festejos familiares, por outro ganhou-se o silêncio e a paz que também me fazem refletir sobre esta data.

O Natal, o dia 25 em especial, parece conter uma energia especial, que transcende quaisquer problemas que afetem esta humanidade, a paz de espírito se torna presente, algo acontece. É um dia para se desligar dos fardos terrenos e respirar o que a divindade nos trás de melhor, alimentar os bons sentimentos e contemplar o belo. Cá estou eu apreciando a música barroca do português João Rodrigues Esteves, belíssima por sinal. Faz-me lembrar as velhas cidades da Europa.

Gosto de ficar sentado em meu quarto, ouvindo a música, observando os detalhes de meu limitado mundo e tentando expandi-lo com a imaginação e todas as faculdades que o criador me deu. Sigo com minhas leituras, penso em lugares belos, pessoas honradas, a arte com bom gosto que foge dos vacilos da pós-modernidade. Às vezes é bom trazer um pouquinho de céu para nossa Terra, mas não se pode exceder a dose, pois a vida é aqui e agora, o céu vem depois. Um Feliz Natal a todos.