quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O rochedo e o marinheiro


A vida de um marinheiro
É cheia de incertezas
Repleta de coragem
E muitas surpresas

Não se pode parar
Nem para pensar
O marinheiro que para
Não poderia estar no mar

O marinheiro não tem tempo
Nem pra chorar e nem pra sorrir
Só tem um descanso
Até o novo partir

Carregando seus dias
De lutas e de glórias
Cicatrizando as feridas
Daquelas duras memórias

A sua alegria
É muito esperada
Não é duradoura
Mas é acumulada

Quanto tempo navegando
Cansado há de ficar
Mas tanto ama essas águas
Que não há de amansar

Marinheiro escutai-me
Pois tu sozinho não está
E aquele que algo busca
Algo encontrará

Quando houver um rochedo
E desviar não for possível
Não perca tua calma
Pois tu és invencível

Salve o que puder
E tenha paciência
Tua alma é pura
Chegará tua clemência

Deite na rocha
E não reclame
A noite passará
Será o fim do certame

Teu barco abatido
Ainda há de navegar
Abra suas velas
E não exite em acreditar

Os bons rumos meu caro
Certamente estão aí
Basta persistência
Na bela arte de descobrir

Mas antes de mais nada
Algo tenho a lhe alertar
O bom marinheiro
Por bons ventos sabe esperar

Agarre o esfregão
E guarde tua espada
O convés está sujo
Merecendo uma lavada

E quando tudo estiver limpo
Sente e aguarde
Os ventos do Oeste
Não virão tão tarde

Esteja em alerta
Prepare a tripulação
Pois no momento certo
Virá a nova missão

E aquela sujeira
Que tiraste do convés
Ficará no rochedo
E não haverá revés

Vejo-lhe em terra firme
Quando da glória chegar
Compartilhando teu ouro
Com um brilho no olhar

Sonhei contigo
E ao rochedo tu sorrias
Pois naquela noite
Começara o teu dia