quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal de Pedrinho

As luzes enfeitam a grande cidade em que Pedrinho mora, um garoto doce e amigável que se encanta com o grande e gordo velhinho do trenó, aquele ser cortês que sorri todos os dias para ele no rótulo de seu refrigerante favorito. Logo após seu aniversário, o Natal é sinônimo de mais uma grande alegria em sua pequena esfera de sentimentos infantis, onde os brinquedos promovem diversão e diferenciação frente aos outros amiguinhos.
Neste ano Pedrinho resolveu apostar alto, pediu ao bom velhinho um “Nintendo Wii”, o vídeo-game em que o usuário se movimenta com um controle na mão e tem a sensação de que está dentro da tela, com destaque para os jogos de esportes é claro. Ninguém escapa da novidade, até os adultos entram na brincadeira. É certo que o garotinho não quer tanto assim, mas ele precisa, afinal o seu coleguinha, o pequeno Glauber Neto, filho de um grande empresário, tem o brinquedo, e se ele tiver também, poderá ter muitos mais amigos e será bem mais respeitado do que era antes, tanto por seus colegas, tanto por seu “concorrente”.
Mal sabe ele que quando ganhar o brinquedo novo, outro já estará sendo lançado no mercado, e seu aniversário ainda estará longe, tempo suficiente para Glauber Neto comprar a novidade e encher sua casa de amiguinhos, mantendo a hegemonia do círculo social da escolinha “Pedacinho do Sol”, onde Pedrinho estuda. A pressão sobre o garoto é tamanha que ele faz de tudo para manter um comportamento exemplar e esquece a posição de destaque de seu colega para focar na possibilidade de pelo menos se aproximar da vitória.
É véspera do dia tão esperado, Pedrinho como de costume passa o dia assistindo os desenhos de especial de Natal do “Cartoon Network”, sempre cheios de neve, presentes, perus e todos os símbolos que conhecemos designados pela sociedade do hemisfério norte, que introduz com maestria na mente de nossas crianças o sonho de visitar ou até viver dentro de seu território, afinal, ali sempre haverá um subemprego para financiar o tal sonho dos pequenos sul-americanos.
Pedrinho não gosta muito de imaginação, quer sempre evidências concretas de que algo existe, não poderia ser diferente com Papai Noel, assim ele permanece acordado o máximo que pode sob vigília. Morando em apartamento, sem chaminé e com as janelas cheias de grades, o garoto esquenta os miolos procurando uma resposta para saber como o gordão entrará em seu cárcere residencial. A mãe do menino tenta confortá-lo alegando que o velho tem poderes especiais, e nada o impede de passar pelas estreitas grades de seu lar, o que causa desconfiança no garoto, mas não demora muito e ele cai no sono.
Corre Pedrinho! Já é Natal, acorde! Um bonito pacote o espera em baixo da árvore montada na sala de estar, finalmente! Jaz ali tudo que a data representa, tudo que aquele garotinho esperou, com seu novo vídeo-game a vida parece estar renovando, uma nova era tende a começar. Não é que o tal do Papai Noel é bom mesmo? Ele merece todo o respeito do menino, que a partir dali vai venerar qualquer imagem do bom velhinho, e contará a todos sua tamanha bondade, pois toda gratidão é pouco para o homem que o proporcionou tanto prazer.
Pedrinho está feliz, ou melhor, está alegre, e essa alegria vai durar até...até... Bom, ela não durará muito, afinal a Nintendo já está pronta para lançar um novo vídeo-game, e o pai de Glauber Neto já está pronto para sacudir os bolsos e deixar toda a escolinha “Pedacinho do Sol” com inveja. O garoto que a pouco estava exercitando todos os músculos da face com tantos sorrisos, agora não se conforma, o brinquedo novo nem é tão bom assim, será que valeu a pena? Ele se pergunta.
Um dia ao ver o garoto aos prantos com tamanha desilusão, o pai já conhecedor da situação explica ao filho que tudo que ele pensa do Natal é puro capricho, e mesmo se ele ganhar uma chusma de presentes, não será isso que o deixará realmente feliz. O pai sente que não teria hora melhor para contar ao seu filho a história do real protagonista daquelas festividades, Jesus Cristo.
Pedrinho não entende, aquele homem somente ficou famoso porque morreu na cruz e ressuscitou, ele não deixa presentes nas casas das crianças, não aparece nos desenhos, não tem um trenó e muito menos mora num lugar cheio de neve branquinha. Diferentemente do garoto, o pai compreende todo aquele transtorno, e apenas observa o filho na lamentação passageira de sua jovem idade, ele tem muito que crescer, e quando for a hora, será esclarecida todas as suas dúvidas, talvez no dia em que ele se tornar um homem.
No Natal, observamos a enorme quantidade de Pedrinhos atordoados com a festa dos presentes, mas ser Pedrinho nesta data não é nada, o problema é quando vemos tantos Pedrinhos no dia-a-dia, sempre fazendo de tudo para se igualar aos seus coleguinhas, muitas vezes rompendo as fronteiras das boas condutas e sucumbindo nos lençóis da imoralidade. O Pedrinho de hoje, é o Pedro de amanhã, profissional, cidadão e pai. Seria admirável se o Pedrinho esquecesse um pouco seu Nintendo e pensasse no homem que deixou tantas lições em nosso planeta, não o do rótulo do refrigerante, para que no futuro, o Pedro seja forte e independente do peso que a sociedade lhe impõe.
Um Feliz Natal a todos, que a serenidade, a tolerância e a paz estejam soberanas em suas vidas, um abraço, Felter.



domingo, 12 de dezembro de 2010

O poço da intolerância

Caros amigos Pleiadianos, é com imensa satisfação que escrevo esta primeira mensagem. Satisfação essa que se limitará ao simples prazer de escrever, pois as notícias que se sucedem não são das melhores. Alguns de nossos irmãos terrenos estão sofrendo com estados cada vez mais medíocres e repugnantes.
A intolerância parece ter afundado suas garras impiedosamente nos pobres seres aqui de baixo, por isso, creio que a missão de vocês será mais difícil do que o imaginado. O número de mortes aumenta dia após dia em função dos conflitos causados por diferentes religiões, pensamentos, cores de pele, classes sociais, opções sexuais, e até mesmo preferências esportivas como times de futebol.
A dificuldade do ser humano em se posicionar pacificamente frente às diferenças é algo preocupante. Paixões inescrupulosas movem os pensamentos dos jovens, que são capazes de esquecer toda a real beatitude da vida e arrancar a vitalidade de outrem. Tudo por motivos e ideologias fúteis, que introduzem a grande ilusão da soberania de valores mórbidos em suas mentes, exteriores à grande esfera da paz e do progresso, a qual buscamos com tanta avidez.

É comum encontrar pessoas que iluminam esta situação, compreendendo e auxiliando o próximo, inclusive em certos momentos até parece que estamos progredindo, mas quando os noticiários informam os acontecidos em outros pontos do planeta, percebemos o quão ainda temos que caminhar para nos aproximar do nível de harmonia o qual estão acostumados os habitantes das Plêiades.
Bom seria a chegada do dia quando um humano acordaria e caminharia sobre seu solo sem ressentimentos e preocupações quanto à possibilidade de ser mal interpretado pelo que circula em sua mente ou até mesmo pela sua aparência.
Esse é o desejo deste singelo habitante da Terra, que aguarda ansiosamente as revelações pleiadianas de assistência aos seus irracionais e inclinados semelhantes, que por mais que insistam em abraçar a intolerância, um dia acordarão para o real sentido deste turbulento caminhar.

Abaixo deixarei dois vídeos onde podemos constatar a tamanha gravidade da situação em que vivemos:

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Esperanto

Era 1887 quando o polonês Ludwik Zamenhof lançava aos olhos críticos do grande Império Russo a primeira obra sobre a nova língua que havia criado. Dentre a mescla de diferentes povos e culturas que envolviam aquele império, era notável a dificuldade de comunicação entre os cidadãos, motivando Ludwik desde criança a procurar uma forma de inibir incômoda desordem. Surgia então o Esperanto.

O Esperanto foi a língua artificial mais bem sucedida em toda história da humanidade, ganhou adeptos por toda a Europa e outros pontos do planeta, mas devido à grande turbulência do século XX, teve um período de estagnação que não durou muito tempo, e novamente o idioma de Zamenhof ganhou força, principalmente com o advento da internet, facilitando sua disseminação e seu aprendizado.

Uma língua internacional, capaz de integrar diferentes culturas democraticamente, regular as interações entre seres de costumes discrepantes, gerar literatura, notícias e meios de comunicação globais. O potencial observado na pratica do idioma visando o cosmopolitismo é irredutível, especialmente no momento em que a superpotência americana entra em leve e gradual declínio, a China que vos diga.

Seria inepto não se desprender da imperial língua inglesa e admitir a ventura do Esperanto. Não ficaríamos surpresos com um futuro onde nossos filhos aprenderiam o idioma internacional logo após o nativo, e após o seu domínio, voltar-se-iam ao aprendizado mais facilitado das línguas as quais desejassem.

É real, apesar da internet e da globalização, a dificuldade de interação entre os países ocidentais e orientais, principalmente para nós, brasileiros, que dificilmente visitamos chineses, japoneses, coreanos, entre outros habitantes daquele continente. Preferimos muitas vezes não nos arriscar, nos limitando aos países norte-americanos e europeus, e desconhecendo a rica cultura oriental por simples remorso quanto às dificuldades de comunicação.

Que bom seria viajar sem preocupação para qualquer ponto do planeta, e ao mesmo tempo, que bom seria receber em nossa morada pessoas desses mesmos pontos longínquos, sem medo, apenas prontos para processar todos os mecanismos esperantistas.

Esforçaremo-nos para abrir esta porta, que já deveria estar aberta há tempos. Posso garantir que se hoje o inglês é essencial, um dia o Esperanto também será, e aquele que souber disso, estará à frente. Gostaria de escrever aqui muito sobre o assunto, pois realmente me enche de fascinação, mas deixarei que busquem por si mesmos as informações que por acaso lhes despertem curiosidade.

Abaixo alguns sites com mais informações sobre o Esperanto:

http://www.lernu.net/
http://www.esperanto.org.br/
http://www.kurso.com.br/


domingo, 28 de novembro de 2010

Acorda

Acorda, acorda, não é hora de fechar os olhos, permaneça em vigília, o trem passará ali em baixo, se você não estiver esperto ficará para trás. A locomotiva não gosta de esperar, pule e se agarre em qualquer lugar, segure firme, a velocidade é grande, os fracos não resistem, mostre-me o tamanho da sua força.

Quantas vezes terei que pedir? Acorde! Deite-se novamente e desistirei de você de uma vez por todas. Não percebe o que poderá perder com este sono? Olhe adiante, o horizonte está de braços abertos, todos querem um abraço, aproveite este, será o melhor que já recebeu, acredite, garanto a você.

Se quiser tanto dormir, vou lhe fazer uma proposta. Você não vai dormir, isso é perda de tempo, feche os olhos, apenas feche os olhos. Esqueça as luzes, as pessoas, o dia seguinte. Pense em você, entre na dimensão “você”, concentre-se, saboreie o seu pensar, sinta o poder que tens, ele pertence a você, não sei por quanto tempo, mas hoje ele é seu.

Controle seu universo, seja seu senhor, seja sua realidade, flutue. É hora de levantar seu acampamento no topo das montanhas da imaginação, aproveite estas férias, elas durarão o tempo que você desejar. Sorria, tudo que tens para sorrir. Chore, tudo que tens para chorar. Sinta, tudo que tens para sentir, e um pouco mais, sinta a brisa das montanhas, sinta a amenidade de sua alma se fixando, paz.

Não se esqueça desse lugar, ele estará ali, sempre que precisar olhar para si. Abra os olhos, é o sinal, a locomotiva passará, você está pronto, eu sei que está, é agora! Pule! Agarre! Segure! Suporte o início, será o período mais hostil, ultrapasse-o, vença!

Lembre-se, várias locomotivas passarão, cada pulo será uma experiência, e cada experiência lhe deixará maior. Quando achar que não vai conseguir, volte para as montanhas, tudo ficará bem. Basta fechar os olhos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O cárcere de Ivan

As muletas descansam sobre o sólido banco do calçadão, onde um olhar cansado e melancólico observa o caminhar esbelto dos pedestres, e ao mesmo tempo relembra os tropeços do passado conturbado. Em vigília dos automóveis a sua frente, espera o tempo passar, e conta as poucas moedas que ajunta ao longo do dia com esmero.
José Roberto da Silva, 46, “cabeludo”, “perneta”, “aleijado”, ou apenas Ivan, como gosta de ser chamado, não por um propósito ao certo, mas na rua ninguém possui nome fixo, da mesma forma que a vida varia, os nomes variam. Talvez o nome de batismo de rua até se enquadre bem, Ivan, de origem russa, fiel, carinhoso. Era assim que ele era em Itapipoca, cidade do interior, a 135 quilômetros de Fortaleza. Logo ao nascer, já sentiu a primeira angústia, ao ser condenado à morte pela avó, que não aceitava o bebê originado de um adultério. O pai, casado, se envolveu com uma garota, sua mãe, essa fugiu para Sobral após o nascimento do filho, na conservadora Itapipoca não dava mais. O pai o abandonou.
O menino cresceu com a avó, que acabou o acolhendo, até os dez anos, quando essa faleceu, teve que arrumar suas malas, iria para Fortaleza, morar com a tia no bairro Jardim Iracema, pouco a pouco ela virava sua nova mãe, que mais tarde se casaria com seu novo “pai”. Bons tempos tomaram sua jornada. Gostava de jogar bola e brincar pelas ruas com os amigos, até a hora que a nova mãe chegava a casa, quando ele corria para pegar a vassoura e deixar tudo limpinho. Disciplinado, prestativo, um bom garoto.
A escola ia bem, a nova mãe zelava sempre pelos estudos, queria ver o “filho” vencendo na vida, já o “pai”, alcoólatra, nunca daria um lápis para o menino, gostava mesmo do trabalho, do dinheiro surgindo na hora. Não demorou muito para Ivan começar no batente, oficina de carros, trabalho duro, porém honesto, ajudava nas despesas da casa e ainda ficava com um pouco, nada demais.
A adolescência era como a de qualquer um, agitada, cheia de novidades, mas sempre focada e trilhada de maneira próspera. Isso até o momento em que os problemas começariam, as drogas. Ivan nunca gostou daquele mundo, ficava de fora, sabia até dos riscos, mas seu chefe no trabalho não se importava muito, era o dono da oficina, dependente da maconha, todos os dias. Pouco a pouco o garoto de 16 anos era convencido a se libertar, ou melhor, a se encarcerar, a romper a película da sabedoria e se entregar à ilusão das drogas, e assim aconteceu.
Abandou os estudos no ensino médio, faltava pouco para se formar, caiu na obscuridade, trocou suas companhias, passou a ser um freqüentador assíduo da noite. Mesmo assim conseguiu trabalho, virou sapateiro e até se casou com 19 anos. Teve seu primeiro filho, Felipe Matias.
Mesmo com as drogas e a noite, ele conseguia levar sua vida e sustentar sua esposa e seu filho, e quando tudo parecia calmo e constante, eis que surge o crack. O crack aprisiona, escraviza, derruba tudo, a família, o trabalho, os sonhos. Traiu sua mulher, saiu de casa, foi para a rua, nunca mais viu o filho.
Casou-se de novo, agora com uma menina, apenas 12 anos, teve mais três filhos, Lucas, Luan, Luana. Morou com a nova família por um bom tempo, mas a droga sempre foi mais forte, não trabalhava, era dependente, deixou novamente sua casa.
Ivan vagava pelas ruas, com nada nos bolsos, pouco na mente além do vício pelo crack, chegou à beira-mar. Aquele ponto nobre da cidade oferecia muitas formas de se manter, conheceu o dono de uma fileira de vagas de estacionamento, teoricamente deveriam ser públicas, mas não é assim que funciona na rua. Começou a trabalhar de flanelinha, tirava 20 a 25 reais por dia, 30 a 40 quando lavava os carros.
A lavagem sempre rendia um dinheiro a mais, isso o motivava, e foi lavando um carro que sofreu um corte em sua perna, no começo parecia algo passageiro, não renderia muitos problemas, mas a falta de cuidado agravou a situação, a ferida foi infeccionada, tomou toda sua perna, as consequências foram graves. O movimento estava prejudicado, passou a usar muletas e uma faixa para esconder o corte profundo.
O cabeludo continua na luta, com o pouco dinheiro que consegue, se alimenta, compra medicamentos e continua no crack.
“Eu queria sair, mas não consigo, é muito difícil, às vezes eu tô aqui e chega o pessoal oferecendo, ai você acaba indo. Queria voltar pra casa, mas não dá, quem vai querer um drogado, vagabundo? Eu queria deixar essa vida, queria ver meus filhos de novo, ter um lugar pra morar...”
Deixar as drogas e ter um lugar para morar, um “barraco”, como ele mesmo diz, apenas isso ele pede, apenas isso ele precisa. Por enquanto passará as noites ali, no banheiro da lanchonete, onde espera a vida passar e pensa no que o futuro pretende oferecer.

José Roberto da Silva, 46 anos, pai de quatro filhos, ensino fundamental completo, assistente de mecânico, sapateiro, dependente químico, deficiente físico, flanelinha, lavador, carinhoso, brasileiro, Ivan. Ele não nasceu na rua.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O infortúnio


Olhares discriminam a dor do caminhar sem tempo, sem direção, da fuga incessante que não encontra abrigo, do chão do amanhecer frio e solitário. Por quê? Esclareça para o garoto, qual seria o real sentido de tudo, do obscuro, do infortúnio. O rompimento da película do além para este mundo foi no mínimo um choque, terreno hostil, sem volta, sem chance.

Traçamos nossas vidas com esmero, encaixando as peças em seus devidos lugares, vencendo os obstáculos e enxergando o futuro com entusiasmo, deitamos, pensamos, olhamos para o teto do quarto, de bruços as paredes parecem mais próximas, tudo está delineado, firme, protegendo os espaços de nossa estadia. É possível ouvir o sussurro do chuvisco, que nos conforta e amansa a mente.

O garoto está lá fora, escolheu um lugar diferente da noite passada, não que a intenção seja variar, não há nenhuma intenção, a não ser da que o move naturalmente, em linhas tortas, nos cambaleios das vias. O sono demora a chegar, o corpo já nem reage aos gritos da fome, essa vai perdendo a voz gradualmente.


O que fizeram os infortunados? Algo grave por sinal, para merecerem pouco, e ao mesmo tempo tanto, tantas provas, tantos desafios, sentidos na pele, no corpo, no calor da longa caminhada da vida, de muitas quedas e muitas moedas. Seria o pagamento de uma pena? Seria um treinamento para eternidade?

- Amigo, por favor, deixe-me tirar uma foto sua.
- Pra quê? Entrevista? Eu não sei de nada! Não tenho nada a ver!

O peso da angústia é infernal por si só, imaginemos juntado ao medo, ao cansaço, ao abandono. Grande expiação. Devo me lembrar sempre no momento de minhas inclinações, de meus deslizes emocionais, todo o universo destes indivíduos, pois nenhum extremo seria melhor para reflexão de minhas necessidades impulsivas e chulas.

Acalmem-se, sempre estivemos aqui com vocês, a realidade está próxima, vamos lhes mostrar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Previsão do equilíbrio


Poucos chegam ao patamar do equilíbrio. O estado onde a razão, a perspicácia e a argúcia de espírito conduzem o ser de maneira sábia e proeminente. Percebemos num mesmo espaço indivíduos que saborearam a grande conquista do balanceamento vital, em contraste com outros que por pura preguiça, ou covardia, como afirmaria Kant, nem chegam perto de tal posição, tomados por suas paixões e emoções desregradas. Da mesma forma poderíamos analisar as sociedades analogamente, das emergentes até as industrializadas.

A grande expiação de como nos portar diante das diferenças designadas pela vida terrena evidencia o quanto devemos ser flexíveis e compreensíveis diante dos mais variados contextos e relações pessoais, caso contrário, naufragaremos em ilusões e devaneios causados pelo senso limitador de nossas interações exteriores.

A demarcação dos grupos humanos no atual contexto se pauta em gradual decadência. A aproximação dos seres mais distintos evidencia uma pluralidade que invade intensa e agradavelmente as novas gerações. A guerra e a violência nunca estiveram tão condenadas, e o trânsito dos povos por todo o globo evidencia a ascensão do cosmopolitismo, ainda em estado fetal.

Quero deixar claro, que para o atual e futuro cenário, a tirania encontrará cada vez menos espaço, e o progresso beneficiado pela eficiente ordem, como defenderia Comte, se encontrará em estados mais acelerados do que a normalidade. Não seria utopia a tutela de meus pensamentos, pois estarei constatando fatos racionalmente direcionados pelo positivismo.

As nações que anteriormente eram regidas pelo consumismo alavancado, demonstram o futuro idêntico que os atuais países emergentes viverão em períodos posteriores, explanando-se no equilíbrio político, econômico e social. Enquanto os retardatários usufruirão de um processo mui diferente de ascensão, tomados pelo envoltório tecnológico. A evolução está com pressa, e ao mesmo tempo em que as civilizações tomam novas formas, o intelecto das massas se posiciona autonomamente, priorizando a preservação das outras formas de vida que nos cercam, conscientes da interligação entre todas as criaturas e a dependência internatural.

O caminhar do ser-humano fascina, e o imaginar da continuação desta história me enche de entusiasmo. Períodos turbulentos foram superados, novos desafios são previstos, da mesma maneira em que novas posições e aspectos do homem são exigidos. Prepare-se o quanto antes, pois o palco da vida trará novos espetáculos.

sábado, 25 de setembro de 2010

Trinta e seis mil e quinhentos

36500. Esse é o número de dias que uma pessoa que morre exatamente aos 100 anos vive (desconsiderando anos bissextos). Será que chegarei até os 100? Bom, não sei, mas pretendo. Não com remédios e suporte médico, por favor, mas sim com uma vida saudável, de exercícios físicos constantes, boa alimentação e nada de excessos.

Bom, desses 36500, já vivi cerca de 6650. Nossa! Mais de seis mil! E parando para pensar, o que conquistei até agora? Nada mais que alguns amigos, uma conclusão de ensino médio e alguns aprendizados que servirão de base para os próximos trinta mil dias da minha vida.

Seria mais interessante pensar nas ferramentas que tenho hoje, para conquistar o amanhã, focar nelas, trabalhá-las e explorá-las ao máximo. Estou falando desde minha saúde, até a caneta que uso para escrever em meu caderno. Não posso negar que tenho tudo para arquitetar minhas conquistas de forma resoluta, mesmo sabendo que posso alcançá-las ou fracassar durante o caminho.

Muitos fracassam, alguns já são fracassados e nem percebem (isso perante a minha concepção de fracasso), outros encontram o sucesso, alguns pela sorte, o que geralmente não é indicado, chegar ao sucesso sem esforço é como entrar na guerra sem armas. O fato é que gostaria de destacar aqui os homens sábios, que não encontram o sucesso, pois na verdade o sucesso os encontra, como um cão procurando por seu dono. O sucesso é carente, porém é exigente, é como uma mulher esperando seu príncipe, a diferença é que as mulheres dos contos de fadas realmente esperavam seus príncipes, ali, seguindo suas vidas. Hoje elas esperam seus príncipes se distraindo com seus empregados, seus bobos da corte, ou até mesmo camponeses. O sucesso, como as mulheres, está ali, nos esperando, pronto para descartar os fracassados e se atirar em nossos braços, se entregando totalmente, depositando toda a confiança em nós.

Não podemos decepcioná-lo, ele já sofreu tanto, ele deseja agora alguém que cumpra as exigências, que antes de conhecê-lo tenha criado uma base rígida, pronta para segurar seu grande peso (podemos concluir então que o sucesso é uma mulher gorda, nada fora do raciocínio, tendo em vista que na época dos contos de fadas, as mulheres eram valorizadas pela sua massa corporal, que representava nobreza), e caso ele encontre alguém com tamanha força, capaz de carregá-lo, responderá com uma grande recompensa, a felicidade plena, sem altos e baixos.

Aquele que se preparou para carregar o grande peso do sucesso em seus braços permanecerá o carregando por toda vida, no começo sentirá um pouco de dificuldade para ajustar a imensa pedra do sucesso sobre seu corpo, porém se for mesmo capaz, seus membros se adaptarão àquela imensa rocha, que com o passar do tempo se identificará com seu novo dono, e começará a buscar uma maneira de adentrar naquela alma, se ajustando no tão sonhado território subjetivo, onde sua essência pode ser exalada. E o homem que antes sofria para suportar aquele peso, agora não sente nada mais que a energia da realização fixada em seu coração.

Para os que buscam carregar a grande rocha do sucesso sem força suficiente, só resta lamentação, pois um dia seus braços não agüentarão, e o peso cairá sobre seus pés, dificultando a busca por uma nova rocha. Mas nunca é tarde para novas tentativas, principalmente quando o motivo de um primeiro fracasso já está discriminado.

E como buscar o sucesso? Bom, isso a vida vai designar, e quem estiver preparado para abraçar o sucesso, saberá que caminho seguir. Eu ainda tenho trinta mil dias, tempo não faltará. E você? Já está se preparando para abraçar o sucesso? Ou passará a vida observando a rocha que poderia ser sua, nos braços de outro alguém?

E quando a grande rocha se fundir com sua alma? Qual será o cenário de felicidade plena? Resta para cada um definir o que cairia bem em sua vida, o que seria capaz de aconchegar a alma e a mente? Uns gostam de sair por ai conhecendo o mundo, outros querem viver na praia, outros querem comprar uma grande mansão, enfim.

Eu poderia falar um pouco de meus desejos, que não se diferenciam muito dos desejos da maioria dos jovens ocidentais de sexo masculino. Amo o que faço (academicamente), portanto um bom emprego na área me deixaria satisfeito, nada extravagante, mas o suficiente para explorar ao máximo o que posso oferecer. Gostaria sim de uma família, formada com todo planejamento possível claro, estruturada da forma mais racional, mesmo sabendo que geralmente isso não acontece da forma que queremos. Uma mulher certa, que me acompanhe com uma presença marcante, que não me faça crescer, mas cresça junto comigo. Filhos? Sim, dois ou mais, dependendo das condições, uma menina para ensiná-la a dançar deixando seus pés sobre os meus e segurando em suas pequenas mãos, que apertariam as minhas em cada sorriso de pura alegria, ou um menino para acordá-lo domingo de manhã e jogá-lo na piscina, isso com um grande cachorro circulando a área em êxtase esperando a hora de pular na água também. As brincadeiras seriam a base de uma formação que amadureceria ao passar do tempo. Crianças fascinam, cheias de inocência, observando o mundo, observando toda aquela novidade. Um lugar para morar sem exageros, algo compacto, mas que oferecesse toda a estrutura para uma vida saudável. Que tivesse espaço para encher de livros, praticar música, gastronomia, e um belo recinto para assistir um bom filme.

Acredito que se continuasse escrevendo aqui detalhadamente o que gostaria em minha vida material, este texto seria bastante extenso, portanto imagine a imagem de uma família feliz e uma bela casa. Olha só, parece que não me diferencio tanto das outras pessoas. Acontece que a maioria das pessoas tentam abraçar essa imagem sem abraçar a grande rocha do sucesso antes, portanto poucos conseguem manter a imagem feliz que supostamente conquistaram, e como já disse, a rocha cai sobre seus pés, porém agora, não estão sozinhos, há uma família, há filhos, há caminhos atravessados erroneamente, e a recuperação, ou a busca por uma nova rocha, exigirá mais esforço.

O sucesso quer você. Sua cadeira está pronta. Sua bela casa já está em construção. Mas não pense que já tem força suficiente para carregar a grande rocha, caso contrário ela cairá sobre seus pés.

Abaixo o "trailer" de um filme em que um homem deixa cair a rocha e mesmo fraquejado busca uma nova, abraçando-a com maestria, não permitindo uma nova queda.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Brasil e educação


Estamos nos aproximando de mais um período de eleições em nosso país, de norte a sul os eleitores escolhem seus candidatos em função de seus históricos e propostas, bom, isso é o que se espera. Dentre as propostas oferecidas pelos nossos honestos políticos, estão projetos para melhorar os principais alicerces responsáveis pela manutenção da sociedade, são eles, segurança, saúde, emprego, moradia, infra-estrutura, educação, etc.

Segurança é bom e nós precisamos, emprego também, o cidadão precisa se sustentar, moradia e saúde então, nem se fala, e o que dizer da infra-estrutura, essa é essencial para o progresso. Opa, sentiu falta de alguma coisa? Eu senti, eu sinto, eu estou sentindo há muito tempo, onde está a educação? Por que nós vemos tão poucos projetos para a educação brasileira? Ah, besteira, o importante é o emprego, o bolsa família, o bolsa casa, o bolsa lanche, o bolsa forró, o bolsa cachaça, o bolsa arma de fogo. Ah! Quase esqueci, tem o bolsa escola, olha só, e eu reclamando de barriga cheia. Me engana que eu gosto Presidente.

Vivemos em um país em que as pessoas não se respeitam, matam, roubam, trapaceiam, poluem e não seguem as leis. Mesmo assim ele cresce, o que é normal para um país democrático, estável e de dimensões continentais, mas poderia ser melhor. Como poderia ser melhor? Com educação, claro! A educação é a base, é ela que permite o Brasil crescer de forma saudável, de forma com que não regrida e ocupe sempre um lugar de destaque no cenário internacional. Você já viu o que acontece com a maioria dos ganhadores da Mega-sena? Eles ficam milionários da noite para o dia e depois de um bom período de atividades perdulárias estão sem nada, apenas com a história para contar. Quem sabe se eles tivessem alguma educação financeira, alguma noção de investimentos ativos ou qualquer base de instrução econômica que possibilitasse a boa utilização do dinheiro, talvez a história fosse diferente.

Vejo as pessoas exigindo segurança, saúde, moradia e infra-estrutura. Bom amigos, se o país investisse maciçamente em segurança, convocando milhares de policiais e comprando mais milhares de viaturas, nós só iriamos presenciar uma grande guerra, mortes, sangue, órfãos, viúvas, medo e terror. Se fossem construídos grandes hospitais e comprados toneladas e toneladas de medicamentos, teríamos uma população acostumada a ir ao médico a cada espirro e a se entupir de remédios a cada dorzinha de cabeça (não estou desconsiderando a importância dos hospitais e dos medicamentos). Se o governo oferecesse casas para a população, rapidamente 50% delas estariam alugadas (o que acontece), 25% seriam transformadas em bares, boates e outros estabelecimentos do gênero e o resto seria utilizada de maneira inadequada, sim, existem pessoas que não sabem usar uma casa. 

Se fosse investido mais alguns milhões em infra-estrutura, o viaduto novo seria pichado e habitado por sem-tetos, o canal novo seria presenteado diariamente por sacos e mais sacos de lixo provenientes das residências da região, a praça seria utilizada como ponto de venda de drogas, enfim. Nossas cidades crescem desordenadamente, são casas e mais casas improvisadas se aglomerando bem ao estilo Roma Antiga. Sem problemas! O governo vai construir milhares de residências, bem estruturadas e principalmente com um bom espaçamento entre elas, um espaço para jardim na frente e piscina atrás, como aquelas que vemos nos filmes estado-unidenses. Vamos fazer uma experiência, neste momento todos os brasileiros que necessitam de moradia melhor se desligaram, desmaiaram e essas adoráveis casas apareceram sob seus domínios com a seguinte mensagem na parede: "Olá companheiro, estou lhe presenteando com esta adorável casa, abaixo ofereço um mapa para conhece-la sem transtornos.". Finalmente! O seu Zezinho ganhou a casa que sonhava! Bom, já se passaram dois dias, tempo suficiente para se acomodar, então vamos entrevistá-lo:

- Iaí seu Zezinho, muito feliz?

- Nossa, feliz demais!

- Então vai ficar aqui mesmo?

- Isso lá é pergunta rapaz!

- Bom seu Zezinho, eu vi que você fez uma festinha de comemoração ali fora não foi?

- Ah sim, foi, sábado eu chamei a moçada pra comemorar ali fora, coloquei umas "mesinha", fiz um churrasco e o samba foi até a voz faltar.

- E você não vai dá uma organizada lá?

- Ah, depois eu mando os "menino" tirar as "mesa" e passo uma vassoura.

- Tem muito lixo ali, você não se incomoda?

- Que isso rapaz, com uma casa dessa aqui pode vir até minha sogra morar comigo que eu não me incomodo.

- Tá certo, mas você sabia que a sua casa foi privilegiada e ganhou cestos de lixo para coleta seletiva bem ali na calçada, você vai separar o lixo?

- Separar? Ah sim! Os "osso" a gente joga pros "cachorro" e quando é resto de comida a gente bota num saquinho diferente pra não misturar né...

- Hum, tá certo...E o belo gramado, por que já está tão desgastado?

- Aaah, isso ai é que eu resolvi abrir uma escolinha de futebol pros "menino" da vizinhança, começou ontem, cada um paga 10 "contim", já tem 12 jogando, o meu tá fazendo tanto gol que eu tô pensando em levar ele lá no Ferroviário.

- Ok Seu Zezinho, agora nós vamos ali entrevistar o Seu Guga da rua do lado.

- Seu Guga? Eita rapaz, cuidado, ele num é muito normal não...

- Pode deixar, tô acostumado...

Bom, já deu para notar que por mais que o Brasil invista no que a população acha que precisa, o resultado não seria satisfatório.

Agora vamos fazer mais uma experiência, para tudo! Para o tempo! Parou? Beleza, agora eu quero escolas de primeiro mundo, equipamentos de ponta, tecnologia, bons professores bem remunerados, bibliotecas, arte, muita arte! Música! Filosofia! Eventos culturais, cinema para todos, incentivo a leitura e muito mais! Pronto, pode apertar o "play". Vamos deixar o Brasil "brincando" de aprender durante 10 anos.

10 anos se passaram, olha só, o que houve com a criminalidade? Simples, agora os jovens aprendem uma profissão, são estimulados a sonhar, são ocupados integralmente com atividades educativas, a maioria não sabe o que é uma arma e só viu uma pedra de crack nos livros, e segundo o que leram, nem é preciso conhecê-la pessoalmente, tocar violão é mais interessante, fazer cálculos matemáticos, assistir um bom filme na videoteca da escola, o mundo é grande.

E a saúde? Que esquisito, porque tão poucos pacientes? Simples, a população está se cuidando, sabe se alimentar, pratica esportes, respeita o próprio corpo, evita tomar remédios, enfim.

E as casas que o governo construiu? Por que estão sendo tão bem utilizadas? Simples, a população conhece outras formas de ganhar dinheiro sem alugar suas casas, conhece a regulamentação para se abrir um negócio na própria residência e sabem como ninguém como desfrutar e preservar o lugar onde moram.

E a infra-estrutura? Como está bem planejada e conservada! Simples, temos grandes engenheiros que trabalham arduamente pela excelência de cada obra e o povo preserva e respeita os bens públicos, isso porque eles sabem que o dinheiro investido nas obras sai do bolso deles.

E que manifestação é essa na avenida? Não estava tudo bem? Ah, isso é porque estão desconfiando de um Deputado que usou dinheiro público para pagar um jantar com a mulher, o povo não deixa passar nada!

Concluímos que a educação requer um tempo, talvez um longo prazo, mas quando estabelecida, é notável o seu impacto na sociedade, criando indivíduos virtuosos, justos, honestos, de bom caráter. E desta maneira a base é construída para o progresso, o progresso regular, igualitário, racional. Será que não valeria a pena investir neste bem essencial?

A educação brasileira está falida, tanto em sua estrutura física, quanto em sua estrutura aplicativa. Alguns podem defender a qualidade do ensino particular, pois tenho dito, os pais que possuem condições financeiras, pagam uma quantia exorbitante para verem seus filhos acordarem cedo já desistindo do dia, desestimulados, carregando quilos de livros, chegando a uma sala de aula onde passam 3 longas horas sendo metralhados de informações que não oferecem a mínima noção aplicativa para os pobres adolescentes se interessarem um pouco, depois eles saem para o intervalo e passam 30 minutos ouvindo músicas de baixa qualidade em seus "iPods", dormindo ou conversando com o colega sobre a vida de terceiros localizados no outro lado da escola (como se estivessem encarcerados em uma cela social), retornam à sala de aula e ficam mais 2 horas sendo bombardeados, ali presos, numa cadeira, pequena, junto com seu caderno e sua caneta, até a grande hora do alívio, quando eles vão para casa e passam a tarde dormindo, fazem os exercícios de Física porque são obrigados e procuram distrações na TV ou no computador até altas horas da noite, repetindo-se o ciclo. Ah, nos finais de semana eles saem, bebem, buscam algumas horas de felicidade ilusória e carregam seus acervo de histórias para contar para os colegas nos intervalos das aulas da semana que se aproxima.

Os estudantes não criam, não questionam, não sabem o que faz um vereador, não pensam nos outros, querem se individualizar com fama ou dinheiro, são seres passivos na sociedade, sem brilho, sem personalidade, amedrontados, a única coisa que é cobrada deles é um boletim verde no final do bimestre e um bom resultado no vestibular, ah o vestibular, uma das maiores competições de memorização do mundo, ganha quem viver e aprender menos e memorizar mais, e depois que acabar a prova, pode esquecer tudo. Espero que o novo ENEM seja uma sementinha de mudança.

A educação é o remédio, como diz o Senador Cristovam Buarque: "O problema do Brasil é cultural.". Pena que educação não ganha voto e Buarque foi derrotado nas eleições presidenciais de 2002. Um homem não cresce sem conhecimento, um país não cresce sem educação. Desistam desta grande bolha econômica, do que adianta um país rico onde continuaremos vendo lixo no chão, brigas de trânsito, patrimônio público mal-tratado, pessoas desonestas, entre outros comportamentos desta sociedade sub-desenvolvida, os quais estamos "acostumados".

Abraços!

domingo, 8 de agosto de 2010

As designações da sociedade


Era 1953 quando o estado-unidense Elvis Presley rompia as fronteiras de conduta da sociedade e levava ao palco sua voz ousada e sua dança extravagante, deixando as moderadas menininhas da época em êxtase com cada performance jamais vista na história da música. Era o começo de uma série de iniciações artísticas que agitariam a segunda metade do século XX.


Elvis introduzia sua música violentamente numa sociedade contida, onde o tempo parecia estar parado há décadas. Sua dança, considerada um ultraje para alguns, chegou a ser censurada na televisão, onde só era possível contemplar o busto do cantor enquanto fazia seu "show".

Aquela sociedade, que condenava simples movimentos de dança que ultrapassavam as linhas da boa conduta diante da época, definitivamente não saberia onde se enterrar ao ver "popozudas" do Funk quebrando tudo com "micro-shortinhos" e calçados de salto-alto que paralisam os olhares masculinos, pelo menos há um tempo atrás, hoje já ficou até chato. Enquanto um meio social tentava se recusar a absorver uma cultura anti-conservadora, outro meio social aceita sem remorso algum, algo que não deveria nem ter passado pela cabeça de um Elvis ou mesmo de seus fãs. Isso aí, hoje é normal ver o Pedrinho de 4 anos dançando o "Créu" e a Mariazinha de 6, "procurando o seu negão". O que causava vergonha e constrangimento em uma sociedade, se torna algo puramente normal em outra sociedade.

Portanto, cada geração se difere no ponto de vista civilizador, se adequando ao contexto social em que é inserida. As pessoas são influenciadas de acordo com o fluxo vivido pela sociedade, que muda constantemente, não por pensamentos individuais, racionalmente planejados, mas por uma série de fatores que empurram uma massa de indivíduos a seguir uma série de comportamentos e condutas. Assim, não podemos tratar a sociedade individualmente, pois o agente singular não é capacitado o suficiente para mudar um cenário social, ou você acha que Elvis surgiu do nada? Negativo, nosso falecido cantor era só um produto de uma série de designações promovidas pela época. A sociedade é uma coletânea somatória e desestruturada de muitas pessoas individuais, desta maneira, seu estudo deve ser incorporado coletivamente.

Aristóteles comparou analogicamente a sociedade e seus indivíduos com uma casa e as pedras utilizadas para construí-la, pois não se pode avaliar a estrutura da casa contemplando isoladamente cada uma das pedras que a compõe. Nem tampouco pode se avaliar esta estrutura desconsiderando as características de cada pedra, pois se as pedras forem de fácil encaixe, a casa terá uma estrutura uniforme e promoverá uma moradia agradável, porém, se forem deformadas, haverá uma dificuldade maior para promover o bem-estar dos moradores, que poderão enfrentar problemas como o mal tempo e animais. A sociedade e o indivíduo não devem ser tratados como meros opostos, pois estão sempre de mão dadas, ligados um ao outro.

Se pararmos para acompanhar o contexto social por décadas, fazendo um estudo detalhado afim de definir o "eu" e o "nós", perceberemos que ambos estão em constante transformação, impossibilitando uma conclusão definitiva para o comportamento dos dois. Um "eu" e um "nós" da década de 50 é diferente de um "eu" e um "nós" da década de 90. Assim falando, o tempo se mostra o grande divisor de águas do estudo, porém, devemos considerar também a simples distância ou mesmo a cultura singular a cada sociedade. Por exemplo, uma vila do interior do Ceará possui designações amplamente diferentes de uma grande cidade do leste asiático, isso é fato. Mas não podemos desconsiderar que é possível encontrar semelhanças, o que torna o estudo da Sociologia bastante motivador e intrigante.

Feliz dia dos Pais a todos os Papais, inclusive o meu! Abraço a todos!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Criatividade e solidariedade


Solidariedade, solidariedade. Quantas vezes você já ouviu essa palavra? Creio que muitas. No contexto social ao qual estamos inseridos é bastante comum ver pessoas empenhadas em ajudar o próximo, seja com um simples gesto ou uma grande campanha. Porém, mesmo com um extenso número de participantes nesta empreitada, a necessidade dos beneficiados se mostra sempre maior, alcançando niveis alarmantes, reflexo de uma política sonolenta e irresponsável por parte de nossas eleitas autoridades.

Mas como deixar o conforto de casa ou a segurança do trabalho e como fazer a real diferença que sempre prometemos fazer mas nunca sobra tempo? Bom, para o Professor de Legislação de Trânsito, Jairton Cabral, isso não é problema. Educando novos condutores diariamente há 18 anos, este carismático profissional planejou uma inteligente maneira de arrecadar alimentos junto aos seus alunos. Jairton conta que durante a última aula de cada turma formada, era de costume fazer uma celebração para a sequencia do processo de habilitação dos novos condutores, e influenciado pelos trabalhos de ONGs e instituições de caridade, resolveu transformar a festinha de despedida em uma oportunidade para ajudar quem precisa. Com toda experiência ensinando diferentes personalidades, o professor percebeu que os alunos tinham certa dificuldade em decorar as multas, penalidades e medidas administrativas da legislação de trânsito.

Com isso, surgiu a idéia de juntar todo o conteúdo em uma única folha, por meio de resumos e pontos principais, um prato cheio para os futuros condutores que nem sempre possuem tempo para estudar a legislação em todos os seus detalhes. Jairton aproveitou o interesse dos alunos e resolveu trocar cada folha por um 1 kg de alimento, que posteriormente seriam enviados para famílias necessitadas de seu bairro em forma de cesta básica. A campanha foi um sucesso e há 1 ano o professor ajuda quem precisa por meio de uma ação simples que, segundo ele, tem grande aceitação por parte dos alunos, que ficam felizes em ajudar e aprendem não só as leis, mas como se tornar um cidadão melhor. "Cidadão é aquele que faz o que fala", disse Jairton. Na casa de Jairton os brinquedos das crianças dividem espaço com a grande quantidade de alimentos arrecadados.


O professor diz que para começarmos a ajudar, devemos olhar além de nosso mundo e entender a necessidade das pessoas ao redor. Jairton exalta não só o dever de ser solidário, mas como o prazer de estar ajudando quem precisa e como sua vida mudou após olhar além de seu mundo, conta que ao passar do tempo, percebeu que sua maior alegria era oferecer presentes à quem nunca ganhou, ao invés de receber, como muitos estão acostumados em nossa sociedade.

Bom amigos leitores, creio que oportunidades nunca faltarão, resta a vontade de cada um de nós, tomar as rédeas e compreender o que realmente devemos fazer em prol de um bairro melhor, uma cidade melhor, um país melhor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Advogado - John Grisham


Hoje encerrei a leitura do livro "O Advogado", escrito pelo estadunidense John Grisham. A obra conta a história de um advogado bem sucedido de cerca de 40 anos, casado mas sem filhos, que desde a faculdade trabalha exaustivamente em busca de um lugar de destaque em um grande escritório dos EUA. Michael está prestes a ser um dos sócios do escritório e adicionar vários "zeros" à sua conta bancária, objetivo, meta e sonho de uma vida inteira, quando um episódio envolvendo um pobre sem-teto muda drasticamente sua vida. Para surpresa de todos os seus colegas advogados, Michael deixa toda sua riqueza e carreira de lado e começa a dedicar sua vida defendendo os pobres, tornando assim um advogado de rua.

Durante a estória, o homem que saboreava diariamente os luxos que o dinheiro pode comprar, se deparou com uma realidade que gerou-lhe dúvidas quanto ao verdadeiro sentido de sua vida e seu exaustivo trabalho em busca da riqueza. Deixando sua macia poltrona e seu belo carro, ele conheceu as pessoas que sofriam nas ruas de Washington em função de um sistema que sempre privilegiava os homens de terno como ele mesmo. Michael se separou de sua mulher (o casamento já estava abalado por outros motivos) e partiu para um bairro da cidade menos favorecido para trabalhar em um pequeno escritório que atendia os sem-teto. Pouco a pouco o personagem se adaptava ao seu novo mundo e via que seu trabalho se tornava cada vez mais valoroso. Antes a única coisa que o motivava passando o dia analisando processos era o seu mega salário no final do ano, agora, atendendo pessoalmente, cara a cara, diariamente, vários necessitados, sua motivação vinha hora a hora, minuto a minuto, participando intensamente de vidas em busca de ajuda.

Bom, o resto vou deixar para quem se interessar, lembrando que pensar que o livro é voltado para o público da área de Direito é um completo engano, serve para todos, independente de suas áreas. Portanto, está indicado!

Com o assunto abordado, vem a tona este grande complexo em relação a uma carreira de sucesso. O que nos caberia fazer? Trabalhar e nos especializar feito loucos em busca de um salário confortável ou até excedente? Ou juntar nossos esforços para servir quem realmente precisa, vivendo só com o necessário e saindo por ai em busca de tornar o mundo um lugar melhor? Vemos por todos os lados da sociedade dois grandes extremos, gente que nem sabe o que é mundo melhor, e gente que entrega sua vida em prol de quem precisa (esses são, logicamente, mais raros). Porém, o que seria o ideal? Esse é um assunto para ser debatido duradouramente por todas as Ciências Humanas, entrelaçando principalmente Filosofia, Sociologia e Psicologia.

Confesso que não sou o mais capacitado para orientar alguém, portanto minha opinião basicamente é uma mescla de todas as orientações que um jovem pode receber durante seus estudos, por meio principalmente de professores e parentes.

Durante a maior parte do dia, somos bombardeados por anúncios e jogadas de marketing que nos motivam a produzir e consumir, produzir e consumir, produzir e consumir, não temos nem espaço para morrer em paz, até as funerárias estão investindo em publicidade ao ponto de você ficar em dúvida de onde morrer, que tipo de caixão comprar, e até como morrer! Isso ai, você pode ser cremado ou enterrado, isso se você optar pelos atos mais normais, não me surpreenderia nem um pouco se inventassem novas opções para o mercado, jajá tem gente querendo ser mumificada, congelada, pendurada na parede, enfim, ficamos preocupados até com a última compra de nossa vida, a "morte em estilo".

Que pressão heim? Será que antes de nascer, papai do céu me perguntou qual o sistema que eu mais gostava? Por que eu nasci nesse e sou obrigado a viver de acordo com suas regras? E se eu quiser jogar tudo pra cima e chutar todo balde que tiver pela frente? A sociedade me excluiria a um ponto de total humilhação, começando sempre pelo sabidão que olha para o outro e fala, "olha ai, aquele zé mané, querendo ser diferente, querendo aparecer". É sim, ser diferente é crime, e igualdade, é mato. Mas eu sou capitalista também, temos que admitir que gostamos disso, não estou com a mínima vontade de correr para uma praia afastada e ficar quebrando côco na cabeça para saciar minha fome. Aposto que você, da mesma maneira que tem condições de ler este texto por um computador bem servido de internet, tem a poucos metros uma geladeira ou uma dispensa repleta de alimentos que transforma a fome num problema tão longe de sua realidade que se torna até cômico, dependendo de sua personalidade. Fique sabendo que você faz parte de uma parcela mínima da população mundial, como se ninguém não estive cansado de saber disso.

Neste caso, se torna preciso que continuemos em busca de nosso espaço, para uma sobrevivência confortável neste curto período em que aqui estamos, então estude, trabalhe, abra portas e até ganhe muito dinheiro, mas nunca se esqueça de quem não teve a mesma sorte, não vale a pena esquecer quem está por baixo, não digo isso porque pode causar algum peso na consciência ou algo aparecido, digo isso porque deixar de contemplar a alegria alheia, a alegria de quem precisa de alegria, é o maior desperdício que podemos fazer. Sempre haverá tempo e oportunidade para agirmos, resta olharmos ao nosso redor e decidirmos até quando esperar.

Fui!

domingo, 4 de julho de 2010

Brasil, poderia ser assim


Vamos reescrever a história. Século XV, época das grandes navegações, a América é descoberta por Colombo ao conduzir seus navios até às ilhas caribenhas, 8 anos mais tarde, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. Pero Vaz de Caminha em sua carta escreve só maravilhas do Brasil, a corte portuguesa se apaixona pela notícia e começa uma grande campanha de povoamento no novo mundo. Um povoamento inteligente, feito por educadas famílias portuguesas afim de explorar os recursos daquela terra para integral uso interno, sempre em paz com os Índios e com os estrangeiros que viriam mais tarde, como Holandeses e Franceses.

Os Holandeses povoariam o Nordeste e comandariam a produção de cana de açucar que renderia ampla riqueza para o país e fundariam a Nova Amsterdã em Pernambuco. A exploração do ouro renderia investimentos em educação e infra-estrutura para o crescimento ordenado da nação. A Independência viria logo cedo com a visível soberania Brasileira frente a corte Portuguesa, um grande escudo contra a exploração Inglesa, que não contou com o consumo perdulário dos Brasileiros após sua Revolução Industrial. A população bem educada seria inteligente suficiente para saber que adquirir itens como patins de patinação no gelo para um país tropical era desperdício, e a Inglaterra não lucraria tão demasiadamente sobre nós.

O Brasil dividiria a soberania das Américas com os EUA, que também vinha prosperando, mas sempre um pouco atrás da ex-Colônia Lusa, que a cada ano aparecia com novidades em sua indústria, como a invenção do "Silvismo", uma forma de produção em massa de veículos automotores criada por um Brasileiro chamado João da Silva (personagem fictício), esse se tornou um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo, um retrato da prosperidade verde e amarela. Nosso país também se destacaria na Aviação, com a invenção de Santos Dumont, uma série de investimentos era voltada para o ramo, que encheu nossos cofres durante a primeira e segunda guerra mundial. O Brasil não participou, somente vendeu sua alta tecnologia para os países protagonistas. Pessoas fugiam a todo instante para nossa terra devido a Guerra, Asiáticos e Europeus principalmente, ajudando a combater o problema da mão de obra que começava a incomodar um pouco devido ao grande número de vagas de emprego ociosas.

Na segunda metade so século 20 o Brasil também forneceria ao mundo uma série de novas tecnologias, entre elas o Computador Pessoal, desenvolvido por Bill Freitas, filho de Português com Holandesa. O CP (Computador Pessoal) foi uma revolução na vida das pessoas e deu ao mundo uma velocidade incrível na troca de informações. Na década de 90 já seriamos a super potência, dona de 35% do PIB mundial. Além de toda prosperidade na indústria, o mundo dependeria de nós se tratando de fornecimento de alimentos devido a grande produção agrícola e agropecuária. A população mundial se interessaria em aprender o português para nos acompanhar com maior êxito.

Então, estamos no ano de 2010, somos a maior potência econômica do globo, nossa cultura derruba todas as barreiras, sim, temos Tailandeses dançando Forró, Suecos comendo Aracajé (os baianos criaram uma grande rede de comida rápida que se espalhou pelo mundo) e Ingleses vibrando ao assistir o Campeonato Brasileiro de Futebol, inclusive vestindo as camisas de nossos clubes. Falando em Futebol, nosso campeonato é algo parecido com a atual NBA, um certame milionário onde os craques nunca deixam seu país e os ingressos de temporadas que ainda acontecerão se esgotam rapidamente, somos hegemônicos no esporte, chegando à 10 títulos mundiais e prestes a sediar a quinta Copa em nosso território. O esporte é um dos meios mais utilizados para mostrar nossa força ao mundo, as Olímpiadas acabam sempre com o verde e amarelo em primeiro lugar, nossa mescla de raças nos enchem de talentos anormais para cada esporte. Participamos das Olímpiadas de Inverno, não com tanto êxito, mas nunca saimos em branco.

Nossa política é sublime, formada por homens e mulheres honestos, em busca de um país perfeito, o último acusado de corrupção foi condenado em 1948 e ficou 50 anos na prisão, bom para ele, pois permanecendo livre, a população nunca o perdoaria e sua vida seria um inferno. Falando em população, esta é um exemplo para todo o mundo, Brasileiros tem educação gratuita a vida inteira, somos formadores de grandes artistas, escritores, cineastas, engenheiros, legisladores, médicos, cientistas, educadores, etc. Somos a população que mais lê livros em média no mundo.

A urbanização do território é feita com muita precisão visando o mais alto padrão de logística e bem estar para uma qualidade de vida sem igual. As grandes cidades são aglomerações quase integralmente comerciais, lotadas de trabalhadores que moram nos subúrbios e vão ao trabalho de carros movidos a energia solar, não são tão rápidos, porém isso é compensado pela excelente malha viária espalhada por todo país, avenidas e ruas largas facilitam a locomoção e a educação dos condutores faz com que um simples trajeto de carro se torne bastante agradável, dificilmente você ouvirá uma buzina. Com a ocupação residencial de subúrbio, não haverá de maneira alguma algo perto de uma favela, o mais próximo disso são os bairros financiados pelo governo para as classes economicamentes inferiores, que mesmo sendo mais simples do que o normal, segue a risca os altos padrões de qualidade para uma vida plena e saudável.

Nossas praias, de Norte a Sul, e nossas florestas, Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, etc, geram bilhões de reais por ano em função do forte turismo, lembrando que o Real é a moeda mais forte do planeta. O estado do Rio de Janeiro abriga as praias mais badaladas no ponto de vista internacional, tendo lugares semelhantes ao Principado de Mônaco, é o caso de Cabo Frio e Angra dos Reis. A praias da Bahia e as praias do Sul são lugares muito procurados por jovens, principalmente universitários. Acima da Bahia, restante do Nordeste, o litoral recebe a visita de milhões de pessoas ao ano, sim, o sonho de uma chinesinha pobre de 10 anos é conhecer Jericoacoara e milhares de jovens europeus juntam todas suas economias para fazer o triângulo dos ventos, uma expressão utilizada para definir a viagem por três badaladas cidades Brasileiras, são elas Fortaleza, Natal e Recife.

Os recursos da Amazônia são explorados com bastante cautela, sempre preservando a rica fauna e flora do lugar, o mercado farmacêutico Brasileiro é responsável por 80% dos medicamentos produzidos na história, grande parte da matéria prima é extraida nas florestas por grandes cientistas e industrializada no grande polo farmacêutico de Goiás, estado referência na produção de remédios. Essa indústria é fortalecida por um ótimo sistema de saúde, tudo patrocinado pelo governo, neste ramo, o Sul se destaca, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados mais procurados do mundo para tratamento médico.

São Paulo e Minas Gerais puxam as grandes indústrias, as maiores empresas se concentram nestes dois estados, que absorvem grande parte da produção agrícola e agropecuária vinda do centro-oeste e a transforma em produtos para comercialização. A indústria tecnológica comanda grande parte dos lucros, sempre inovando e surpreendendo o mundo. Tudo isso é voltado para o mercado interno e externo, no segundo caso, grande parte dos produtos saem de Santos até o Porto do Pecém no Ceará ou o Porto do Pará, pontos estratégicos de escoamento de produção para a Europa e a América do Norte. Além disso o Brasil possui bases portuárias na África do Sul e na Índia, o que facilita a distribuição para a Ásia por meio do oceano Índico.

Nossos vizinhos sul-americanos vivem bem e são altamente dependentes de nossa economia, algo parecido com o que acontece entre EUA e Canadá. Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e outros, possuem grande parte de seus PIBs controlados por nossas grandes empresas.

Enfim, imaginem tamanha hegemonia. Parece até fácil pensar, mas é claro que não devemos esquecer que há uma série de circunstâncias durante a história que dificultariam isto. Mas não custa nada imaginar um pouco. Se eu fosse escrever todo o contexto global num cenário de Brasil potência, daria para escrever um livro (huum, boa idéia, quem sabe no futuro). Há tanta coisa interligada que não daria para discorrer aqui, por exemplo, e o resto do mundo? E as energias? E o contexto diplomático? E os conflitos? A complexidade do mundo é desafiadora, e ao mesmo tempo inspiradora. Por isso não podemos ter um homem no comando, e sim vários, em busca de um acordo, em busca de paz e prosperidade mundial. É uma pena nosso país estar tão longe do que eu escrevi acima, mas se queremos chegar pelo menos a 20% disso, devemos segurar as rédeas e saber que temos o poder. O Brasil é nosso, o Mundo é nosso, as atitudes são nossas.

Para encerrar, vou deixar este vídeo, o qual achei muito interessante, em que um veterano da Guerra do Iraque discursa falando sobre o que sentiu ao defender seu país (EUA) naquela desnecessária carnificina. Hoje é 4 de Julho, Dia da Independência deles, tantos anos de Independência e nunca livres de si mesmos. Mesmo assim Parabéns.

Abraço a todos!