segunda-feira, 12 de julho de 2010

Criatividade e solidariedade


Solidariedade, solidariedade. Quantas vezes você já ouviu essa palavra? Creio que muitas. No contexto social ao qual estamos inseridos é bastante comum ver pessoas empenhadas em ajudar o próximo, seja com um simples gesto ou uma grande campanha. Porém, mesmo com um extenso número de participantes nesta empreitada, a necessidade dos beneficiados se mostra sempre maior, alcançando niveis alarmantes, reflexo de uma política sonolenta e irresponsável por parte de nossas eleitas autoridades.

Mas como deixar o conforto de casa ou a segurança do trabalho e como fazer a real diferença que sempre prometemos fazer mas nunca sobra tempo? Bom, para o Professor de Legislação de Trânsito, Jairton Cabral, isso não é problema. Educando novos condutores diariamente há 18 anos, este carismático profissional planejou uma inteligente maneira de arrecadar alimentos junto aos seus alunos. Jairton conta que durante a última aula de cada turma formada, era de costume fazer uma celebração para a sequencia do processo de habilitação dos novos condutores, e influenciado pelos trabalhos de ONGs e instituições de caridade, resolveu transformar a festinha de despedida em uma oportunidade para ajudar quem precisa. Com toda experiência ensinando diferentes personalidades, o professor percebeu que os alunos tinham certa dificuldade em decorar as multas, penalidades e medidas administrativas da legislação de trânsito.

Com isso, surgiu a idéia de juntar todo o conteúdo em uma única folha, por meio de resumos e pontos principais, um prato cheio para os futuros condutores que nem sempre possuem tempo para estudar a legislação em todos os seus detalhes. Jairton aproveitou o interesse dos alunos e resolveu trocar cada folha por um 1 kg de alimento, que posteriormente seriam enviados para famílias necessitadas de seu bairro em forma de cesta básica. A campanha foi um sucesso e há 1 ano o professor ajuda quem precisa por meio de uma ação simples que, segundo ele, tem grande aceitação por parte dos alunos, que ficam felizes em ajudar e aprendem não só as leis, mas como se tornar um cidadão melhor. "Cidadão é aquele que faz o que fala", disse Jairton. Na casa de Jairton os brinquedos das crianças dividem espaço com a grande quantidade de alimentos arrecadados.


O professor diz que para começarmos a ajudar, devemos olhar além de nosso mundo e entender a necessidade das pessoas ao redor. Jairton exalta não só o dever de ser solidário, mas como o prazer de estar ajudando quem precisa e como sua vida mudou após olhar além de seu mundo, conta que ao passar do tempo, percebeu que sua maior alegria era oferecer presentes à quem nunca ganhou, ao invés de receber, como muitos estão acostumados em nossa sociedade.

Bom amigos leitores, creio que oportunidades nunca faltarão, resta a vontade de cada um de nós, tomar as rédeas e compreender o que realmente devemos fazer em prol de um bairro melhor, uma cidade melhor, um país melhor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Advogado - John Grisham


Hoje encerrei a leitura do livro "O Advogado", escrito pelo estadunidense John Grisham. A obra conta a história de um advogado bem sucedido de cerca de 40 anos, casado mas sem filhos, que desde a faculdade trabalha exaustivamente em busca de um lugar de destaque em um grande escritório dos EUA. Michael está prestes a ser um dos sócios do escritório e adicionar vários "zeros" à sua conta bancária, objetivo, meta e sonho de uma vida inteira, quando um episódio envolvendo um pobre sem-teto muda drasticamente sua vida. Para surpresa de todos os seus colegas advogados, Michael deixa toda sua riqueza e carreira de lado e começa a dedicar sua vida defendendo os pobres, tornando assim um advogado de rua.

Durante a estória, o homem que saboreava diariamente os luxos que o dinheiro pode comprar, se deparou com uma realidade que gerou-lhe dúvidas quanto ao verdadeiro sentido de sua vida e seu exaustivo trabalho em busca da riqueza. Deixando sua macia poltrona e seu belo carro, ele conheceu as pessoas que sofriam nas ruas de Washington em função de um sistema que sempre privilegiava os homens de terno como ele mesmo. Michael se separou de sua mulher (o casamento já estava abalado por outros motivos) e partiu para um bairro da cidade menos favorecido para trabalhar em um pequeno escritório que atendia os sem-teto. Pouco a pouco o personagem se adaptava ao seu novo mundo e via que seu trabalho se tornava cada vez mais valoroso. Antes a única coisa que o motivava passando o dia analisando processos era o seu mega salário no final do ano, agora, atendendo pessoalmente, cara a cara, diariamente, vários necessitados, sua motivação vinha hora a hora, minuto a minuto, participando intensamente de vidas em busca de ajuda.

Bom, o resto vou deixar para quem se interessar, lembrando que pensar que o livro é voltado para o público da área de Direito é um completo engano, serve para todos, independente de suas áreas. Portanto, está indicado!

Com o assunto abordado, vem a tona este grande complexo em relação a uma carreira de sucesso. O que nos caberia fazer? Trabalhar e nos especializar feito loucos em busca de um salário confortável ou até excedente? Ou juntar nossos esforços para servir quem realmente precisa, vivendo só com o necessário e saindo por ai em busca de tornar o mundo um lugar melhor? Vemos por todos os lados da sociedade dois grandes extremos, gente que nem sabe o que é mundo melhor, e gente que entrega sua vida em prol de quem precisa (esses são, logicamente, mais raros). Porém, o que seria o ideal? Esse é um assunto para ser debatido duradouramente por todas as Ciências Humanas, entrelaçando principalmente Filosofia, Sociologia e Psicologia.

Confesso que não sou o mais capacitado para orientar alguém, portanto minha opinião basicamente é uma mescla de todas as orientações que um jovem pode receber durante seus estudos, por meio principalmente de professores e parentes.

Durante a maior parte do dia, somos bombardeados por anúncios e jogadas de marketing que nos motivam a produzir e consumir, produzir e consumir, produzir e consumir, não temos nem espaço para morrer em paz, até as funerárias estão investindo em publicidade ao ponto de você ficar em dúvida de onde morrer, que tipo de caixão comprar, e até como morrer! Isso ai, você pode ser cremado ou enterrado, isso se você optar pelos atos mais normais, não me surpreenderia nem um pouco se inventassem novas opções para o mercado, jajá tem gente querendo ser mumificada, congelada, pendurada na parede, enfim, ficamos preocupados até com a última compra de nossa vida, a "morte em estilo".

Que pressão heim? Será que antes de nascer, papai do céu me perguntou qual o sistema que eu mais gostava? Por que eu nasci nesse e sou obrigado a viver de acordo com suas regras? E se eu quiser jogar tudo pra cima e chutar todo balde que tiver pela frente? A sociedade me excluiria a um ponto de total humilhação, começando sempre pelo sabidão que olha para o outro e fala, "olha ai, aquele zé mané, querendo ser diferente, querendo aparecer". É sim, ser diferente é crime, e igualdade, é mato. Mas eu sou capitalista também, temos que admitir que gostamos disso, não estou com a mínima vontade de correr para uma praia afastada e ficar quebrando côco na cabeça para saciar minha fome. Aposto que você, da mesma maneira que tem condições de ler este texto por um computador bem servido de internet, tem a poucos metros uma geladeira ou uma dispensa repleta de alimentos que transforma a fome num problema tão longe de sua realidade que se torna até cômico, dependendo de sua personalidade. Fique sabendo que você faz parte de uma parcela mínima da população mundial, como se ninguém não estive cansado de saber disso.

Neste caso, se torna preciso que continuemos em busca de nosso espaço, para uma sobrevivência confortável neste curto período em que aqui estamos, então estude, trabalhe, abra portas e até ganhe muito dinheiro, mas nunca se esqueça de quem não teve a mesma sorte, não vale a pena esquecer quem está por baixo, não digo isso porque pode causar algum peso na consciência ou algo aparecido, digo isso porque deixar de contemplar a alegria alheia, a alegria de quem precisa de alegria, é o maior desperdício que podemos fazer. Sempre haverá tempo e oportunidade para agirmos, resta olharmos ao nosso redor e decidirmos até quando esperar.

Fui!

domingo, 4 de julho de 2010

Brasil, poderia ser assim


Vamos reescrever a história. Século XV, época das grandes navegações, a América é descoberta por Colombo ao conduzir seus navios até às ilhas caribenhas, 8 anos mais tarde, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. Pero Vaz de Caminha em sua carta escreve só maravilhas do Brasil, a corte portuguesa se apaixona pela notícia e começa uma grande campanha de povoamento no novo mundo. Um povoamento inteligente, feito por educadas famílias portuguesas afim de explorar os recursos daquela terra para integral uso interno, sempre em paz com os Índios e com os estrangeiros que viriam mais tarde, como Holandeses e Franceses.

Os Holandeses povoariam o Nordeste e comandariam a produção de cana de açucar que renderia ampla riqueza para o país e fundariam a Nova Amsterdã em Pernambuco. A exploração do ouro renderia investimentos em educação e infra-estrutura para o crescimento ordenado da nação. A Independência viria logo cedo com a visível soberania Brasileira frente a corte Portuguesa, um grande escudo contra a exploração Inglesa, que não contou com o consumo perdulário dos Brasileiros após sua Revolução Industrial. A população bem educada seria inteligente suficiente para saber que adquirir itens como patins de patinação no gelo para um país tropical era desperdício, e a Inglaterra não lucraria tão demasiadamente sobre nós.

O Brasil dividiria a soberania das Américas com os EUA, que também vinha prosperando, mas sempre um pouco atrás da ex-Colônia Lusa, que a cada ano aparecia com novidades em sua indústria, como a invenção do "Silvismo", uma forma de produção em massa de veículos automotores criada por um Brasileiro chamado João da Silva (personagem fictício), esse se tornou um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo, um retrato da prosperidade verde e amarela. Nosso país também se destacaria na Aviação, com a invenção de Santos Dumont, uma série de investimentos era voltada para o ramo, que encheu nossos cofres durante a primeira e segunda guerra mundial. O Brasil não participou, somente vendeu sua alta tecnologia para os países protagonistas. Pessoas fugiam a todo instante para nossa terra devido a Guerra, Asiáticos e Europeus principalmente, ajudando a combater o problema da mão de obra que começava a incomodar um pouco devido ao grande número de vagas de emprego ociosas.

Na segunda metade so século 20 o Brasil também forneceria ao mundo uma série de novas tecnologias, entre elas o Computador Pessoal, desenvolvido por Bill Freitas, filho de Português com Holandesa. O CP (Computador Pessoal) foi uma revolução na vida das pessoas e deu ao mundo uma velocidade incrível na troca de informações. Na década de 90 já seriamos a super potência, dona de 35% do PIB mundial. Além de toda prosperidade na indústria, o mundo dependeria de nós se tratando de fornecimento de alimentos devido a grande produção agrícola e agropecuária. A população mundial se interessaria em aprender o português para nos acompanhar com maior êxito.

Então, estamos no ano de 2010, somos a maior potência econômica do globo, nossa cultura derruba todas as barreiras, sim, temos Tailandeses dançando Forró, Suecos comendo Aracajé (os baianos criaram uma grande rede de comida rápida que se espalhou pelo mundo) e Ingleses vibrando ao assistir o Campeonato Brasileiro de Futebol, inclusive vestindo as camisas de nossos clubes. Falando em Futebol, nosso campeonato é algo parecido com a atual NBA, um certame milionário onde os craques nunca deixam seu país e os ingressos de temporadas que ainda acontecerão se esgotam rapidamente, somos hegemônicos no esporte, chegando à 10 títulos mundiais e prestes a sediar a quinta Copa em nosso território. O esporte é um dos meios mais utilizados para mostrar nossa força ao mundo, as Olímpiadas acabam sempre com o verde e amarelo em primeiro lugar, nossa mescla de raças nos enchem de talentos anormais para cada esporte. Participamos das Olímpiadas de Inverno, não com tanto êxito, mas nunca saimos em branco.

Nossa política é sublime, formada por homens e mulheres honestos, em busca de um país perfeito, o último acusado de corrupção foi condenado em 1948 e ficou 50 anos na prisão, bom para ele, pois permanecendo livre, a população nunca o perdoaria e sua vida seria um inferno. Falando em população, esta é um exemplo para todo o mundo, Brasileiros tem educação gratuita a vida inteira, somos formadores de grandes artistas, escritores, cineastas, engenheiros, legisladores, médicos, cientistas, educadores, etc. Somos a população que mais lê livros em média no mundo.

A urbanização do território é feita com muita precisão visando o mais alto padrão de logística e bem estar para uma qualidade de vida sem igual. As grandes cidades são aglomerações quase integralmente comerciais, lotadas de trabalhadores que moram nos subúrbios e vão ao trabalho de carros movidos a energia solar, não são tão rápidos, porém isso é compensado pela excelente malha viária espalhada por todo país, avenidas e ruas largas facilitam a locomoção e a educação dos condutores faz com que um simples trajeto de carro se torne bastante agradável, dificilmente você ouvirá uma buzina. Com a ocupação residencial de subúrbio, não haverá de maneira alguma algo perto de uma favela, o mais próximo disso são os bairros financiados pelo governo para as classes economicamentes inferiores, que mesmo sendo mais simples do que o normal, segue a risca os altos padrões de qualidade para uma vida plena e saudável.

Nossas praias, de Norte a Sul, e nossas florestas, Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, etc, geram bilhões de reais por ano em função do forte turismo, lembrando que o Real é a moeda mais forte do planeta. O estado do Rio de Janeiro abriga as praias mais badaladas no ponto de vista internacional, tendo lugares semelhantes ao Principado de Mônaco, é o caso de Cabo Frio e Angra dos Reis. A praias da Bahia e as praias do Sul são lugares muito procurados por jovens, principalmente universitários. Acima da Bahia, restante do Nordeste, o litoral recebe a visita de milhões de pessoas ao ano, sim, o sonho de uma chinesinha pobre de 10 anos é conhecer Jericoacoara e milhares de jovens europeus juntam todas suas economias para fazer o triângulo dos ventos, uma expressão utilizada para definir a viagem por três badaladas cidades Brasileiras, são elas Fortaleza, Natal e Recife.

Os recursos da Amazônia são explorados com bastante cautela, sempre preservando a rica fauna e flora do lugar, o mercado farmacêutico Brasileiro é responsável por 80% dos medicamentos produzidos na história, grande parte da matéria prima é extraida nas florestas por grandes cientistas e industrializada no grande polo farmacêutico de Goiás, estado referência na produção de remédios. Essa indústria é fortalecida por um ótimo sistema de saúde, tudo patrocinado pelo governo, neste ramo, o Sul se destaca, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados mais procurados do mundo para tratamento médico.

São Paulo e Minas Gerais puxam as grandes indústrias, as maiores empresas se concentram nestes dois estados, que absorvem grande parte da produção agrícola e agropecuária vinda do centro-oeste e a transforma em produtos para comercialização. A indústria tecnológica comanda grande parte dos lucros, sempre inovando e surpreendendo o mundo. Tudo isso é voltado para o mercado interno e externo, no segundo caso, grande parte dos produtos saem de Santos até o Porto do Pecém no Ceará ou o Porto do Pará, pontos estratégicos de escoamento de produção para a Europa e a América do Norte. Além disso o Brasil possui bases portuárias na África do Sul e na Índia, o que facilita a distribuição para a Ásia por meio do oceano Índico.

Nossos vizinhos sul-americanos vivem bem e são altamente dependentes de nossa economia, algo parecido com o que acontece entre EUA e Canadá. Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e outros, possuem grande parte de seus PIBs controlados por nossas grandes empresas.

Enfim, imaginem tamanha hegemonia. Parece até fácil pensar, mas é claro que não devemos esquecer que há uma série de circunstâncias durante a história que dificultariam isto. Mas não custa nada imaginar um pouco. Se eu fosse escrever todo o contexto global num cenário de Brasil potência, daria para escrever um livro (huum, boa idéia, quem sabe no futuro). Há tanta coisa interligada que não daria para discorrer aqui, por exemplo, e o resto do mundo? E as energias? E o contexto diplomático? E os conflitos? A complexidade do mundo é desafiadora, e ao mesmo tempo inspiradora. Por isso não podemos ter um homem no comando, e sim vários, em busca de um acordo, em busca de paz e prosperidade mundial. É uma pena nosso país estar tão longe do que eu escrevi acima, mas se queremos chegar pelo menos a 20% disso, devemos segurar as rédeas e saber que temos o poder. O Brasil é nosso, o Mundo é nosso, as atitudes são nossas.

Para encerrar, vou deixar este vídeo, o qual achei muito interessante, em que um veterano da Guerra do Iraque discursa falando sobre o que sentiu ao defender seu país (EUA) naquela desnecessária carnificina. Hoje é 4 de Julho, Dia da Independência deles, tantos anos de Independência e nunca livres de si mesmos. Mesmo assim Parabéns.

Abraço a todos!