segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Como ser voluntário em um Camphill - Parte III

Uma das casas de Corbenic.
Agora que já vimos a primeira e a segunda parte, chegamos ao website da comunidade camphill escolhida, enfim você iniciará o seu contato com o exterior. Não tem nenhum segredo, após explorar o website e saber tudo sobre a comunidade escolhida, leia a parte sobre “Voluntariado” que geralmente eles disponibilizam para você ficar ainda mais informado(a) sobre o funcionamento de coisas importantes que deve saber. Procure a forma de contato que a comunidade disponibiliza, geralmente por e-mail. Algumas comunidade da Irlanda selecionam seus voluntários diretamente pelo o website, neste caso siga as instruções que eles oferecem e faça o que for necessário.

Após descobrir o e-mail da comunidade, basta escrever para eles tudo que você quer saber, “tem vagas para novos voluntários?”, “quando eu posso aplicar?”, “quais as exigências?”, jogue suas perguntas, muitas deles eu mesmo posso responder, mas para primeiro contato essas perguntas básicas caem bem, faça uma curta apresentação sua é claro, nome, nacionalidade, ocupação, expectativas etc. Após ter enviado o primeiro e-mail, aguarde a resposta e a partir daí cada Camphill tem seu processo, siga as instruções e as exigências de cada um e tudo deverá correr bem.

Quanto ao processo de seleção basicamente será o seguinte, dependendo de comunidade para comunidade, em Corbenic pelo menos é assim:

1. Um formulário será enviado para que você o preencha com todas as suas informações.

2. Seu formulário será analisado no escritório juntamente com o(a) coordenador(a) da comunidade.

3. Se eles acharem o seu perfil interessante para a comunidade lhe escreverão logo em seguida.

4. Será marcada uma entrevista via Skype para que eles confirmem se você pode pelo menos se comunicar em inglês. Sem desespero, é só uma entrevistazinha com umas 3 perguntinhas tranquilas. Eles fazem isso só para evitar que pessoas que não saibam dizer um “a” de inglês tentem se candidatar. É uma peneirinha, ninguém tá esperando um inglês de nativo, eles sabem que você é estrangeiro(a) e estão acostumados a lidar com inglês de gente da Ásia e do leste Europeu, ou seja, se você pelo menos assistir filme em inglês eu creio que já se saia melhor que os candidatos vindos dessas partes do mundo.

5. Após você ser aprovado na entrevista, serão solicitadas duas referências de pessoas que você conhece que tenham trabalhado com você, pode ser um professor, um chefe, um colega de trabalho, tem gente que até arrisca alguém da família, mas não é o recomendado, procure alguém mais imparcial. As referências devem ser, é claro, em inglês, se a pessoa não souber você deverá traduzir, mandar e torcer para que o Camphill não invente de contactar essas pessoas que não saberão responder o e-mail (até o telefone deles deve estar na referência, mas muito dificilmente eles ligarão).

6. As referências deverão ser enviadas por e-mail ou correio, agora não me recordo.

7. Também será exigido um documento de antecedentes criminais, emita-o na delegacia mais próximo e leve a um tradutor juramentado, creio que este documento só precisará ser escaneado e enviado.

8. Alguns Camphills também exigem algum exame médico em relação a sua saúde, este não é o caso de Corbenic.

9. Basicamente é só isso, se tudo correr bem a sua vinda será confirmada por eles.

Depois de toda essa papelada interna do Camphill a sua ida será finalmente confirmada quando eles emitirem uma carta de visto, essa carta é o papel mais precioso de todo o processo (no caso do Reino Unido) pois ela é basicamente um comunicado do Camphill ao governo do Reino Unido dizendo que eles querem trazer você para ser voluntário, oferecerão tudo para sua manutenção no país e CONFIAM plenamente na sua palavra para que este documento seja corretamente utilizado na emissão de um visto britânico. Ao receber esta carta você pode se considerar 90% dentro do programa, mas não relaxe, ainda falta o visto, a parte mais chata e trabalhosa.

Resumindo o post bem grosseiramente: “CONTACTE O CAMPHILL, DIGA QUE VOCÊ QUER SER VOLUNTÁRIO E DESEJA SABER COMO DEVE PROCEDER”. Deste ponto para frente eles te guiarão, haverá uma pessoa trabalhando exclusivamente para isso e você pode tirar todas as suas dúvidas com ela. Não se preocupe quanto ao seu inglês se não for dos melhores, basta se comunicar de qualquer forma. Próximo post trataremos sobre a emissão do visto britânico, não lembro de tudo com exatidão mas farei o possível para fornecer o máximo de informações que posso. Qualquer dúvida você também pode me escrever via Facebook. Até mais!

Um exemplo de quarto individual.

Trabalhos na Fazenda.

Natureza exuberante ao redor.

Garden Workshop.

Um dia de trabalho na Padaria.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Derrubando as muralhas

Mudar. Quantas vezes será precisa a pronuncia desta palavra durante a vida de um ser humano? Normalmente várias. E se aplicarmos a palavra “mudar” para o mundo inteiro? Seriam necessárias muitas dessas palavras, caminhões, talvez enormes carregamentos. Quem não gostaria que o mundo fosse um lugar diferente? Poucos são os que acreditam na benevolência global, pois mais parece que vivemos em um mar de conflitos e imperfeições diárias. Um mundo que reflete o nosso desejo de mudar, porém reflete muito mais a nossa dificuldade em mudar.

Mudança, algo que consiste na alteração de alguma coisa, física ou abstrata. Tentamos mudar todos os dias, vestimos uma roupa diferente, falamos algo diferente, tentamos ser diferentes. Mas cobertos em lástima parece que continuamos os mesmos. Presenciamos problemas ao nosso redor, mas não fazemos nada, pois problemas precisam ser solucionados, e soluções só aparecem com mudança, inovação. Por que é tão difícil mudar? Por que tendemos a evitar novas ideias ou mesmo condená-las sem mesmo avaliar afundo o conteúdo daqueles pensamentos? Por que somos conservadores?

Pessoas nascem, crescem e morrem ouvindo que precisam mudar, mas com muita dificuldade mudam, na maioria das vezes se agarram em um porto seguro, como um trabalho específico, uma ideologia ou uma filosofia, montam sua muralha com vigia máxima e reforçada, e assim se fecham para um mundo privado onde não se é admitida a instabilidade. De muralhas em muralhas nos fechamos, e inconscientemente construímos um mundo também fechado e recluso a novas ideias. Você já tentou mudar o mundo? Quantos lhe ouviram? Talvez alguns, de certa forma indiferentes.

Este mundo de injustiças, desigualdades e mazelas que deveriam ser inaceitáveis, reflete em plenitude a dificuldade do ser individual em mudar. Este ser muitas vezes é educado e instruído para saber de que forma deve mudar e como deve mudar a si mesmo para começar a mudança do mundo, porém se recusa de imediato frente ao seu apego com os costumes que até então tem sustentado tão fielmente. Não muda suas ações, não muda o que fala, o que come, quem acusa e quem inocenta, mantém seus costumes inalterados já considerando que há muito estão estabelecidos.

São tantos os convencidos de que já atingiram o patamar ideal, desses existem aos montes, quase param de progredir na medida em que pequenas conquistas e um pouco de conforto começam a surgir em suas vidas. Mal sabem que podem mudar para melhor muito mais, pois nesta vida o limite de crescimento parece não existir. E a partir desta mudança individual é que construiremos a mudança do mundo, é desta maneira que traremos a esperança aos mais fracos, mostraremos o caminho aos mais corruptos e devolveremos o otimismo aos fracassados. A responsabilidade está em nossas mãos e a modificação deve começar no íntimo de cada habitante deste planeta, a espera por fatores externos é inútil e todos aqueles com consciência de seus deveres sabem a responsabilidade de suas ações neste palco de desarmonia que é este mundo.

Que belo seria se os bons fossem mais audaciosos, poderíamos mudar tudo sem tanto esforço como é imaginado, porém os bons estão oprimidos, controlados e distraídos. Para erguer esses bons é preciso de um despertar, e este será baseado na paz, no amor, na fraternidade, na compreensão das diferenças. A próxima revolução não será de guerras, mas sim de ideias, ideias tão claras e incontestáveis  que farão o mais tirano dos homens se entregar aos novos tempos. Mergulhe em seu interior e faça parte da revolução.

domingo, 25 de agosto de 2013

Como ser voluntário em um Camphill - Parte II

Primeiramente gostaria de me desculpar por ter levado tanto tempo para continuar a primeira parte deste post, está difícil encontrar tempo e me concentrar para descrever em detalhes tudo que quero. Pois bem, em Junho fiz uma muito breve introdução sobre o que é Camphill e principalmente qual o perfil da pessoa que poderia se voluntariar sem arrependimentos, se você acha que não se encaixa naquelas características talvez este trabalho não seja a melhor escolha.

Portanto vamos supor que suas características se encaixem no perfil e você queira topar um ano ou mais de trabalho voluntário em uma comunidade Camphill no exterior. Então o que fazer para começar? Bem, como sabemos o movimento camphill está em diversos países, com destaque para Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), Irlanda, EUA, Canadá, Alemanha, África do Sul e vários europeus que são mais difíceis para acessar devido às línguas faladas em cada um.

Desta forma é claro que para começar sua pesquisa você deve escolher o país que quer ir, essa é a primeira das decisões que deve fazer. E não se preocupe em ser recusado(a), todas as comunidades precisam de voluntários, principalmente agora que os jovens (homens) da Alemanha não são mais obrigados a escolher entre fazer trabalho social ou ir para o exército após a escola, no momento existe uma procura maior por voluntários, porém isto está sendo sanado porque os asiáticos estão já há alguns anos invadindo a Europa.

Bom, se você quiser ir para o Reino Unido eu posso afirmar que este é o melhor lugar, principalmente na Escócia, pois o movimento Camphill tem sua origem lá, ou seja, já existe uma grande estrutura e maior profissionalismo de todas as pessoas envolvidas, além de um grande reconhecimento social. Diferente se você for para a África do Sul, por exemplo, lugar onde sua aventura será provavelmente mais extrema. EUA e Canadá também são bons, mas creio que eles não tenham tanta força e profissionalismo como na Europa, o Camphill não é muito popular nesses dois países. Alemanha também creio que seja bom, mas você precisaria saber se comunicar em Alemão.

Eu, particulamente, escolhi a Escócia porque é um país que sempre tive vontade de conhecer, além de ser a base do Camphill, algumas comunidades Camphill na Escócia chegam a ser quase como uma cidadezinha, como o Camphill School de Aberdeen (cidade do norte da Escócia), vários brasileiros vão pra lá, a estrutura é fantástica, mas creio eu que o trabalho é bem puxado, principalmente por ser com crianças. Eu com certeza recomendaria este país pois a experiência que tive foi realmente fantástica.

Após ter escolhido o país você precisará escolher entre quatro tipos de pessoas que gostaria de ajudar, crianças, jovens, adultos ou idosos (todos eles com certo grau de incapacidade física e mental). Os primeiros dois grupos são os que exigem mais energia e atenção, mas em compensação são os que oferecem mais momentos felizes e divertidos também, conheço algumas pessoas que tiveram grandes experiências com crianças e jovens (eles ficam em comunidades separadas geralmente). O terceiro grupo, adultos, são os que tive a oportunidade de trabalhar, é claro que o fato deles serem adultos não remete muito à maturidade mental, e sim à idade física, cuidar da maioria deles é como cuidar de crianças, porém você deve saber que eles são oficialmente adultos e deve encorajá-los a viverem como adultos. O quarto e último grupo, idosos, eu não recomendaria, a não ser que você goste mesmo e tenha algum treinamento de cuidador ou enfermeiro, pois eles exigem muito mais cuidado, inclusive creio que a idade mínima para se voluntariar seja de 21, pois também exige mais maturidade. Aqui neste link das palavras em destaque você pode acessar sites de comunidades para esses 4 tipos diferentes de pessoas só para ter noção do que se trata: crianças, jovens, adultos, idosos.

Estamos chegando lá, já escolhemos país e grupo de pessoas que queremos ajudar, agora vamos para a parte mais divertida, escolher uma das diversas e adoráveis comunidades Camphill espalhadas por nosso país de escolha. Para fazer isso você deve pesquisar no google a página do Camphill do seu país, por exemplo, “Camphill Ireland”, “Camphill USA”, e assim por diante, nesta página será fornecida uma série de links para o website de Camphills específicos. Para que nos sirva de exemplo, utilizarei a página do “Camphill Scotland”, pois é a mais bem estruturada e fácil de achar informações. Acessando esta página você tem praticamente tudo que precisa saber sobre o Camphill na Escócia (em inglês), aproveite este website, explore e quanto mais você ler mais vai enteder sobre Camphills, qualquer dúvida por gentileza me escreva pelo espaço de comentários logo abaixo.

Na página do “Camphill Scotland” acesse, lá em cima, a página “Scottish Communities” e você será direcionado(a) a uma página com o mapa da Escócia acompanhado da lista das 13 comunidades existentes, à direita de sua tela. A comunidade que estive está logo ali em “Place for Adults”, a querida Corbenic. Esta página é ótima pois mostra exatamente a localização das comunidades no mapa por todo o país. Bom, não tem segredo, basta você escolher uma das comunidades, acessar a sua página e então já poderá se candidatar ao voluntariado, sugiro que quem tem interesse abra as páginas particulares de algumas dessas comunidades e procure a que mais se identifica (explore os sites e talvez você pode até entender todo o processo sem a mínima ajuda). No próximo post continuarei com o início do processo para se candidatar a uma vaga.

Bom para resumir este post, na verdade nós só falamos sobre:

- Escolher um país de destino.

- Escolher o grupo de pessoas que pretende ajudar/trabalhar.

- Acessar a página nacional do movimento Camphill de cada país.

Por favor não exitem em me escrever em caso de qualquer dúvida, sua dúvida pode ser a dúvida de outra pessoa. Nos próximos posts ainda falarei sobre application, visto, o que preparar e mais vários pontos importantes. Até breve!


Corbenic Camphill Community

Um dia ao ar livre com os residentes

Edimburgo

Celebrações Nacionais na Comunidade

domingo, 30 de junho de 2013

O que importa na vida?

Hoje estive pensando sobre as experiências que temos nesta vida, lembrei das coisas boas e inesquecíveis que vêm à minha mente sempre que as aciono, coisas da infância, adolescência e da vida presente, mas também lembrei daquilo que eu não consigo lembrar, as experiências que parecem ser irrelevantes nesta caminhada, nós vivemos isso porém dificilmente lembramos disso, pois de certa forma essas experiências não alcançaram um nível de importância suficiente para se destacarem em nossas vastas memórias.

Quando viajamos, principalmente quem gosta muito de viajar como eu, parece que vivemos muito mais experiências relevantes que o normal. Quem nunca fez uma grande viagem de duas semanas em lugar completamente diferente, geralmente em um continente diferente, e não sentiu que viveu muito mais que o normal? A impressão é de que uma semana vivendo intensamente nos trás um número de experiências relevantes que viveriamos em um ano de vida “normal”. Isso é fantástico pois nos mostra o que realmente importa na vida.

Pare você mesmo(a) e pense, o que você lembra do ano passado? Com certeza lembrará dos momentos em que cresceu, em que aprendeu lições, em que algo especial aconteceu, mas a maior parte massacrante dos eventos do ano anterior não possuem muito espaço em sua memória, ou seja, muitas coisas repetitivas que a sociedade faz você acreditar que são importantes na verdade não são tão relevantes para o seu crescimento interior, ou melhor dizendo, para seu acúmulo de experiências marcantes, e considerando que essas experiências são as grandes responsáveis pelo seu progresso na vida, podemos considerá-las vitais e de fundamental importância.

Ao passar do tempo fui percebendo que claramente essas experiências marcantes são como uma forma de direcionamento que a vida nos propõe, como algo que devemos perseguir, algo natural da caminhada humana. Quando fazemos algo que sentimos prazer e nos enche o coração de alegria é como se uma voz interna falasse: “O caminho é  por aqui mesmo, continue...”. Daí percebi um pouco da essência daquelas famosas frases ditas aos jovens mas que poucos conseguem interpretar com clareza: “Siga seu coração”, “Faça o que você gosta”.

Por que as pessoas que possuem tarefas repetitivas e tediosas geralmente estão de mal humor? Como por exemplo um caixa de supermercado, um taxista, uma empregada doméstica, um operário de fábrica, um motorista ou trocador de ônibus? Poucos percebem isso, mas essas pessoas estão sendo intensamente repreendidas pela sociedade ao estarem sujeitas a desempanhar essas atividades tão vazias em suas vidas, elas estão em um condicionamente “servo” já ponderado pelos teóricos socialistas em que nosso atual sistema nos faz acreditar que é algo voluntário e que eles aceitam fazer.

Esses indivíduos tem pouquíssimas chances de viverem experiências relevantes em suas vidas, e quanto mais se envolvem em tarefas repetitivas que não proprocionam essas experiências relevantes, mas se distanciam de sua natureza humana, isso gera comportamentos aberrativos como o uso de drogas, a pratica da violência, o isolamento social e em muitas vezes o fanatismo religioso, muito comum no Brasil.

Mas tendo em vista os milhões que são repreeendidos por essas atividades que geram experiência irrelevantes, como mudaremos este contexto em busca de um mundo justo e livre para os seres-humanos? Um mundo em que a busca por experiências relevantes seja liberada e acessível a todos? Creio que este contexto será proporcionado pelo avanço da ciência e da tecnologia, pois está se mostra cada dia mais como a grande ferramente de emancipação humana, assim como a educação voltada a este propósito. Acredito que com o passar dos anos os seres-humanos estarão cada vez mais livres e ao mesmo tempo desafiados a procurar outros valores em suas vidas, valores que proporcionem as tão faladas experiências relevantes que tenho descrito aqui e deveriam ser a grande luz desta busca incansável do bem viver e da real liberdade humana.

O grande desafio é transformar o tempo que usamos em experiências irrelavantes num tempo onde se possa promover experiências relevantes, por isso é tão importante a busca de uma atividade que nos faça bem, que nos atraia e promova um verdadeiro crescimento. Muitas pessoas se sujeitam a trabalhos não muito atrativos por causa do dinheiro, mas percebe-se que o dinheiro não é nada mais do que a chave para promover rápidas atividades relevantes. Talvez se buscássemos outros valores além do que o dinheiro pode comprar, chegariamos aos nossos objetivos de maneira bem mais fácil e rápida, talvez olhando mais para si mesmo (internamente) e apreciando o que há de mais simples ao nosso redor, aquilo que todos os humanos podem usufruir a partir do momento que nascem neste planeta.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Como ser voluntário em um Camphill - Parte I

Primeiros meses na cozinha.
Depois de praticamente 1 ano após ter voltado de Corbenic, só agora resolvi escrever isso para as pessoas que se interessam em fazer um trabalho voluntário diferente no exterior. Dessa forma ficará mais fácil de explicar a quem vem me perguntar sobre como fazer e tudo que envolve a vida lá. Primeiramente é bom que a pessoa pesquise por ela mesma o que é uma Comunidade Camphill, pois seria demasiadamente longo para escrever aqui. Mas para sintetizar em poucas palavras Camphill é: “Uma comunidade desenvolvida especialmente para pessoas com necessidades especiais onde trabalham profissionais treinados para lidar com elas e voluntários de toda parte do mundo em busca desse tipo de experiência, a rotatividade de voluntários é grande, por isso é sempre necessário pessoas novas”. Além disso para entender mais sobre o Camphill a pessoa deve pesquisar um pouco sobre Antroposofia e Rudolf Steiner, onde está toda a sustentação filosófica desse estilo de vida.

Mas qual seria o perfil da pessoa que poderia se voluntariar a trabalhar por 1 ano ou mais em uma comunidade Camphill? Pois bem, eis aqui algumas características:

- Ser jovem entre 18 e 25 anos, mas isso não impede uma pessoa mais velha a se voluntariar, mas digamos que a energia dos jovens seja mais interessante para a comunidade. Porém eu trabalhei com uma senhora de mais de 60 anos, ela perdeu o marido e resolveu ser voluntária na minha comunidade por dois anos, pode acontecer. O Camphill também é um espaço para as pessoas desenvolverem o lado espiritual, superarem problemas e traçarem um novo caminho na vida, é um lugar de regeneração.

- Estar disposto a ajudar. A pessoa deverá entender que estará indo principalmente por “caridade”. Esse é um grande problema para alguns brasileiros que aproveitam a chance de um intercâmbio barato pra dar uma de riquinho no Reino Unido. Isso não quer dizer que você não vai poder fazer compras, ir pra balada, viajar muito e curtir a vida, você terá tempo pra isso, mas sua prioridade NUNCA poderá ser essa. Cuidar de pessoas especiais exige comprometimento, maturidade e responsabilidade, e é este crescimento o maior atrativo desta experiência no exterior.

- Ter um estilo de vida saudável e ser flexível, no Camphill você viverá num ambiente muito saudável, onde a qualidade de vida, a boa alimentação, a disciplina de horários, a espiritualidade, a leitura e as atividades coletivas tem um valor imensurável. Isso não quer dizer que você não possa beber e fumar, é claro que pode, mas sempre com muito respeito ao ambiente em que você está trabalhando, principalmente quando se tratando de crianças.

Conseguir se comunicar em Inglês, você não precisa ser fluente, mas é necessário que você já chegue no Reino Unido com uma capacidade de se comunicar em Inglês, portanto cursos de conversação são os preferidos. Durante o seu ano você desenvolverá a língua até atingir uma fluência, mas lembre-se que o ambiente é repleto de estrangeiros, portanto selecione as pessoas que você vai tentar imitar para aprender o idioma e sempre tente ler e se fiscalizar, pois muita gente ao seu redor pode estar falando errado. Mas de qualquer jeito você vai aprender a se comunicar com o mundo inteiro.

- Buscar uma experiência alternativa e barata no exterior, participar de uma comunidade Camphill é um intercâmbio fora do comum, nela você não será empregado ou estará trabalhando por um salário (apesar de ganhar sim uma ajuda de custo), você estará ali vivendo em respeito e solidariedade mútua com todos os envolvidos. Trocando experiências, aprendendo, ensinando, compartilhando, trabalhando pelo bem-estar da comunidade etc. É um ambiente rico de emoções, vida, trabalho, natureza, a verdadeira utopia antroposófica de Rudolf Steiner. E o intercâmbio é o mais barato que já ouvi falar, você só paga seu visto e sua passagem de ida. Você terá um quarto, individual ou compartilhado com outra pessoa, alimentação de primeira qualidade, seguro saúde, uma ajuda de custo entre 140 e 200 libras por mês e uma boa parte de sua passagem de volta se você trabalhar lá por 1 ano.

- Querer aprender e viver muitas experiências, isso não precisa nem falar, depois de um ano trabalhando em um Camphill você vai ter aprendido muita coisa pratica e teórica, dependendo das funções que forem designadas pra você. Eu mesmo sai de lá fazendeiro, padeiro, pizzaiolo, empregada doméstica, gari, pedreiro, babá, paisagista, jardineiro e muito mais, além é claro dos cursos teóricos para cuidar de pessoas especiais que tive ao longo do ano. Devido à nossa cultura de Brasil isso pode soar mal, mas em uma comunidade Camphill você verá o quanto cada trabalhinho desse é digno e respeitado, pois a cultura fraternal lá é totalmente diferente e as pessoas de posições mais altas estão envolvidas em tarefas que no Brasil seriam consideradas “coisa de gente pobre”. Cansei de ver gente acabando de limpar os banheiros e correndo pra vestir um terno ou um vestido bonito para liderar uma apresentação de música clássica, isso acontece numa comunidade igualitária e é esse um dos muito fatores que fará você mudar sua visão de mundo após uma experiência camphill.

Eu pretendia escrever tudo que queria em um post mas percebi que isso não será possível, portanto continuarei outro dia com a próxima parte de como ser voluntário num Camphill. Se você acha que se encaixa nesse perfil fique acompanhando o blog e em breve escreverei mais diretrizes que você deverá tomar para realizar essa experiência. Lembre-se que ter uma experiência no exterior não é tão difícil quanto se parece ao ver os preços das agências de intercâmbio. Se estiver curioso(a) e quiser ter mais informações por você mesmo(a) eu sugiro que acesse o site do Camphill Scotland e lá você já vai achar muitas informações que tentarei explicar em breve. Até mais ver!


Constante contato com todos os animais da Fazenda.

Atividades com outros voluntários.

Despedindo-me da Fazenda para trabalhar em outro Workshop.

Marcenaria, não cheguei a trabalhar lá, um dos Workshops mais disputados.

Laguinho em uma das áreas externas da comunidade.

Reaproveitamento da madeira de árvores derrubadas pela tempestade.

Um pouco do meu quarto duplo que dividia com a namorada.

domingo, 5 de maio de 2013

Vamos homens!

Marujos! Preparem-se! Pois o dia de zarpar ao maior desafio de suas vidas chegou! Deixaste para trás uma família, uma casa, uma vida, para juntarem-se a mim, e juntos conquistaremos um mundo novo, um mundo que construiremos do zero, com o suor de nossos rostos, criaremos a melhor das civilizações, um lugar que condiz com a bravura de nossos espíritos ao decidir cruzar este grande oceano.

Lá teremos fartura, justiça, liberdade, ar puro e enfim a paz e felicidade que buscamos, respiraremos o ar doce das manhãs e gozaremos do perfume mais sublime que as flores podem expelir. Cantaremos alegres este sentimento, fazendo a floresta toda ouvir que ali vives um novo povo, um povo que protegerá sua terra e a tranformará num grande paraíso, um paraíso de todos, onde o prazer de viver superará os mais egocêntricos instintos humanos e despertará o amor natural em todos os corações que sofriam na miséria de tempos atrás.

Soem os tambores! Cantem! Tragam este rum! Vamos comemorar e logo logo zarpar! Não é hora de tristeza, guardem suas lágrimas para quando encontrarem a terra prometida que estou lhes falando, pois ela sim despertará nessas almas a grande emoção de uma vida. E logo logo poderão trazer suas queridas esposas e seus amados filhos que crescerão diante de grande beneficência! Não esqueçam de trazer nossa bandeira, pois esta já está pronta, e a hastearemos com orgulho na montanha mais alta daquelas terras, e logo depois nas florestas, na beira dos rios, em cada pequena casa, criando uma grande nação que será almejada por todos aqueles que sonham com a liberdade. Vamos! Vamos! 



domingo, 10 de fevereiro de 2013

A simple wish

Once someone asked me what I would like to have in my life, the answer could be anything, any wish, does not matter the size, the price or the conditions. Logically when a person asks this to another one, the first thought in people’s mind is the material desire, professional growth or something similar. However this question would never receive an usual answer from me, because my desire is about all my human condition and all the things surrounding myself. It’s connected with my heart and my spirit, it needs an universal overview upon the reality I am inserted; and the only thing able to express this personal purpose is peace.

I wish peace for every second of this life, since the moment I wake up until the time I go to bed, peace with myself, the others, the nature and all the individual elements around me, because only on this condition a human can have free way to self progress, and it’s the base to rise collective evolution. It’s impressive how the humanity wastes time and loses the opportunity of building this free way to make this planet a better place. While a big slice of the global population still searches for something to eat or to drink, another slice is fighting for selfish and negligible goals. Each bullet fired irrationally means a plate of food away from who needs, and each death without reason is one potential good human lost.

It feels like our race only needs a light to shine over this sad darkness which still sustains so much war and misery. Poor man, he does not know the only thing he has to do is opening his eyes to the natural movement of the life and stop this retrogressive egoism which keeps our society in a big and cold hole. When our eyes finally look up and see this marvelous world where we are, then our civilization will discover the infinite beauty of our universe, of the details, of the perfection which was unlimited borrowed aiming the development of the ones who live on Earth.

However my faith keeps alight, because I know something is happening, and happening quicker than ever before. It’s reaching each being of our world. In a few decades we will be able to look behind and contemplate how things were amended. But during this time the work has to be done with patience, love and care. Someday we will finally enjoy a world of peace, not a half world as it is today, but a full Earth, home of rich and great life, land of a future paradise of growth and compassion. This effort has to involve all the good souls who aspire a revolution of peace, and it will come as fast as we work hard.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Salzburgo, a cidade que respira música

Mirabellgarten
Durante os dias na Áustria não deixariamos de ir a Salzburgo, algo que já estava planejado, principalmente por estarmos na região Noroeste do país. Pegamos um trem partindo de Frankenmarkt pela manhã e chegamos à bela estação de trem de Salzburgo depois de um pouco mais de uma hora de viagem. A paisagem do trajeto é sensacional, como descrevi no post passado, um visual que aconchega juntamente com a calma, porém rápida, locomoção tocada pelo trem. Viajar de trem na Europa é uma experiência que brasileiros não podem deixar de fazer, até para valorizarmos esta ideia e quem sabe um dia usufruirmos deste serviço em nosso país. Rápido, seguro, confortável, ecológico e inteligente.

Estava um dia agradável na cidade, temperatura amena e como sempre milhares de turistas, Salzburgo é sustentada pelo fluxo de viajantes que chegam até lá para apreciar a rica vida cultural da cidade que encanta os visitantes com sua música e sua conservada atmosfera de cidade do século XVIII, infestada de carruagens e desenhada numa arquitetura herdada dos períodos imperiais. Uma cidade que estaria parada no tempo se não fosse a gigante Red Bull investindo em inciativas privadas juntamente com outras empresas da região. E sim, este império chamado Red Bull é de lá, de Salzburgo, inclusive o nome do time de futebol é “Red Bull Salzburg” e aquele cara que saltou do espaço também é de lá.

Centro da Cidade
A cidade é realmente bonita como todos dizem, organizada, limpa, com um comércio interessante e muito para se olhar e admirar, no meu caso a admiração se voltou a um Pretzel gigante que deu até dor de cabeça depois de comer tudo. Vale salientar que o Pretzel tradicional é salgado, não doce como estamos acostumado a conhecê-lo no Brasil, e comer um Pretzel doce daquele tamanho não é uma decisão das melhores, mas vale a pena uma vez na vida. Um dos pontos que mais gostei de Salzburgo foi a liberdade para se locomover como pedestre, pois a utilização de carros no centro é rigorosamente limitada, controlada ao extremo, uma decisão inteligente para uma cidade que quer se tornar competitiva no turismo. Assim as ruas e becos ficam livres e longe da confusão dos carros, promovendo uma experiência bastante agradável de ir e vir aproveitando o clima ameno e até sentando num dos charmosos restaurantes e experimentar a comida austríaca que carrega suas peculiaridades.


Casa onde Mozart Nasceu
Apesar da cidade ser de grande importância no roteiro de qualquer turista que visita a Europa, ela ainda não é uma das minhas favoritas, pois querendo ou não, em algumas cidades do continente fica claro aquele nível de ostentação de superioridade por alguns nativos e também visitantes endinherados que procuram um recinto para se diferenciar das pessoas “normais”. Portanto, infelizmente, Salzburgo é deste tipo de cidade que atrai em grande parte um público que está mais preocupado em mostrar o que tem do que qualquer outra coisa. Na Escócia isso acontece em Edimburgo, por isso que gosto mais de Glasgow.

Mas é claro que os pontos positivos estão muito a frente dos negativos e vale a pena conhecer este lugar que foi berço  de Wolfgang Amadeus Mozart, este gênio da música clássica que aos cinco anos de idade já impressionava o velho continente com suas precoces composições. Ao caminhar por Salzburgo, com certeza você avistará uma edificação amarela no centro de uma das praças principais onde o músico nasceu, não só você como vários outros turistas dos quatro cantos do mundo que estarão tirando fotos por todos os lados. Mozart é o símbolo da cidade, ele está em todo lugar, em edificações, apresentações, caixas de bombom, lembrancinhas de todos os gêneros, a verdade é que após um dia em Salzburgo você não quer mais saber desse rapaz, é um êxtase de Mozart para dizer chega!

Pretzel Gigante
Pela noite é aquela mesma estória de sempre, boate, bar e restaurante, escolha um ao seu gosto, eu fui a um bar com minha namorada e uma turma dela. O lugar era exuberante, em frente ao Rio Salzach com vista para a fortaleza, ponto mais alto da cidade, uma vista belíssima. Sabe aqueles bares que no Brasil dá uma dor no bolso só de você pisar dentro? Pois é, era desse tipo, logo pensei que iria falir ali, mas felizmente eu estava errado, os preços eram os de sempre, aliás isso é uma facilidade que vemos na Europa, não importa onde você vai, os mesmos produtos sempre terão preços similares, e não importa se você é rico ou pobre, você sempre terá acesso a um lugar com uma bela vista e um bom serviço, pois seu salário mínimo é suficiente para estar num nível de dignidade frente aos outros cidadãos.

Outro ponto interessante da noite era que ao passar por alguns bares e ver os cardápios, fiquei impressionado com o número de bebidas brasileiras, algumas coisas eu nem se quer sabia que existia, Caipirinha, Caipiroska, dificilmente você achará alguém numa cidade turística que não saiba o que é isso, o negócio é mais sério do que pensei. Inclusive devo salientar que o Brasil está mesmo na moda, todo país que você for, econtrará uma marca de Brasil, pode ser em bebidas, roupas, uma bandeira, de alguma forma você verá um rastro verde e amarelo. E pra ser sincero, é uma sensação divertida ser brasileiro no meio de um monte de gringos, parece que você veio de um lugar fora do planeta Terra, e então você reconhece como é prazeroso o desafio de se adaptar àquelas pessoas com a cultura muito longe da sua, um dia ainda quero ir a Ásia fazer esta experiência.

Para fechar, ao visitar Salzburgo, não esqueça de visitar o famoso jardim “Mirabellgarten”, principalmente se você for mulher ou um homem querendo fazer uma mulher sorrir, o lugar é bacana, principalmente na primavera é claro. O transporte público também funciona muito bem e não te deixará na mão. Deixamos a cidade na manhã seguinte também de trem e só então eu reparei que não tinha comprado nenhuma lembrancinha para trazer, mas não me arrependi pois o dinheiro de trabalhor voluntário era curto, quem sabe na próxima eu trago. Obrigado a você que visita o blog, espero que esteja gostando, em breve tem mais, abraços!

Artistas de Rua por toda a parte.

Cardápio de um dos Bares.

Vista a Noite.

Rio  Salzach com vista cartão postal da cidade ao fundo.

Cadeado dos Casais em uma das principais pontes.

Lembrancinhas do Mozart por toda a parte, muito chocolate.

Xadrez Gigante.
Passeio de Carruagem?

Volta de Trem, tranquilidade ao extremo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Considerações sobre a Áustria

Paisagens da Estrada - Primeiro Dia
Apesar de ter se passado quase um ano desde que fiz esta viagem, não poderia deixar de escrever sobre as minhas impressões deste belo país, algo que de certa forma não pude fazer devido à reta final do trabalho na Escócia. Mas isto não vem ao caso, pois qualquer hora é hora de falar de lugares especiais. Viajei para este país com minha namorada para conhecer sua família, seu país e finalmente ter um intervalo no trabalho, é difícil descrever o quão eu estava esperando o dia dessas férias, viajar é muito bom, desde as semanas que antecedem até todos os detalhes vividos naquele novo lugar.

Saímos de Edimburgo em direção à Alemanha, Munique, onde iriamos de carro até Frankenmarkt, pequena cidade na Alta Áustria, próxima a Salzburgo, capital da música clássica e berço de Mozart. Desde o momento em que o avião pousava na capital da Bavária eu já podia ver coisas que me chamavam atenção, uma delas era a organização que se podia ver lá em baixo, desde a forma em que as residências se colocavam, até à divisão de propriedades tomadas por uma agricultura forte de um país onde cada pedaço de terra tem um grande valor. Mas o que ficou mesmo na minha mente foi a impressão de alta velocidade que percebia assistindo a movimentação dos automóveis naquelas perfeitas estradas alemãs. Enquanto em outros países eu estava acostumado a ver os carros lá em baixo se locomovendo devagarzinho, na Alemanha tive a impressão de que eles funcionavam com alguma tecnologia diferente que dá até a impressão de que estão levitando rapidamente, falarei mais disso em breve.

Cume da Montanha
Chegamos ao Aeroporto de Munique num dia de muito calor, mas calor para quem está saindo da bolha fria e chuvosa do Reino Unido é só alegria. O Aeroporto é bem grande e foi interessante estar naquele país com mais uma nova língua que chegava aos meus ouvidos, é sempre atrativo quando chegamos num país de língua muito diferente e vemos todas aquelas pessoas se comunicando de uma forma que nunca vimos antes, logo no aeroporto se percebe aquele choque cultural, é quando você olha para se mesmo e fala: “Sou brasileiro”, eu particulamente adoro esta sensação, não por vaidade, mas sim pelo sentimento de estar movendo a cultura do meu país a outras partes do planeta e estar vulnerável às lições que tirarei da cultura a qual estou visitando.

Saímos do aeroporto de carro com a gentileza do pai da namorada que dirigiu cerca de duas horas e meia para estar lá no momento de nossa chegada. Logo na estrada a imagem lá fora já me prendia por completo, que visual, que grama verdinha! As montanhas no fundo com uma camada de neve as cobrindo, as flores amarelinhas pelos campos por razão da primavera que havia chegado, as belas casas da Bavária mostrando a sutil presença humana naquele espaço, igrejas com uma arquitetura que nunca vi antes, edifícios de pequeno porte tão organizados e bem cuidados, tudo com tanto esmero, mostrando uma das melhores formas de desenvolvimento que a humanidade pôde empreender até aqui. Rodovias largas e bem sinalizadas, pessoas respeitando a lei de forma admirável, carros passando em velocidades assustadoramente altas (para um brasileiro) na faixa da esquerda, tudo funcionando conforme deve ser, eis o momento que você percebe o que a educação de um país pode construir, é uma pena ainda não haver esta consciência em nosso país, só aqueles que possuem educação sabem o valor dela.

Típico Lago Austríaco
Durante o trajeto um suculento lanchinho havia sido trago numa bolsa térmica, sanduíches em pães de particular consistência e sabor, junto com saborosos ingredientes orgânicos como aqueles queijos que só comemos na Europa. As férias de uma semana não poderiam ter começado melhor. O tempo passava e quanto mais perto chegávamos da Áustria, mais montanhas apareciam com toda sua opulência mostrando o que se destaca na paisagem daquele país, são elas que definem as limitações geográficas, protegem cidades e têm grande papel na cultura dos países alpinos. Você não é membro de um país alpino enquando não caminhar ou escalar até o topo de uma dessas montanhas e deixar sua marca lá em cima. Algo que também me chamou atenção, porém ainda no trajeto alemão, foi a quantidade de painéis solares vistos ao longo da estrada, a Alemanha é o país recordista em produção de energia solar, e você sabe quem é o responsável por isso? O governo?! Não, é claro que o governo faz sua parte, mas os maiores responsáveis são os cidadãos comuns que investem nesta forma de produção de energia, o povo com o seu próprio dinheiro compra os painéis sabendo da importância que é a produção de energia limpa nos dias atuais. Pois é, enquanto meus compatriotas defendem a construção de hidrelétricas ultrapassadas devastadores de florestas, outros países já estão suprindo suas necessidades elétricas por meio de fontes de energias renováveis e harmônicas com a natureza.

Caminhada rumo ao topo da Montanha
Chegamos na Áustria após este trajeto e já havia escurecido, os outros dias se seguiram com visitas a algumas cidades, caminhadas ao topo de montanhas, várias experiências gastronômicas, visita a Salzburgo, visita a florestas de volta a Alemanha (é uma região de fronteira, portanto estamos sempre em transe entre Áustria e Alemanha), celebrações de família e muitas outras coisas, minha nossa, você só nota o quanto viveu quando começa a querer escrever sobre isso, portanto pensando bem, creio que deixarei para falar mais em detalhes em outros posts, pois notei que seria muita informação para um post só, mas pelo menos a introdução já foi feita. Mesmo assim não deixarei de falar aqui sobre algumas impressões da Áustria.

A Áustria é um país belíssimo devido às suas paisagens que mesclam belos campos, alpes, lagos e florestas, variando muito seu visual dependendo da estação do ano, fazendo com que o clima do país tenha um dinamismo muito amplo (assim como na maioria dos países de clima temperado). Com um IDH elevadíssimo é sem dúvida um dos melhores países para se viver no planeta, oferecendo excelentes opções para as necessidades básicas de seus ciadãos, como educação, saúde, transporte etc. Nada é caro de forma que o cidadão não possa pagar (geralmente), pois todo serviço prestado no país leva em consideração o poder aquisitivo de sua população e a legislação tenta favorecer os poucos menos afortunados que precisam de maior suporte do governo. Criança tem suporte financeiro do governo até seus 25 anos de idade, faixa etária estimada para concluir o ensino superior, além de ter educação gratuita até a se formar no ensino médio. O acesso ao ensino superior varia, porém não é difícil ingressar numa universidade pública sem custos, há muitas vagas e o processo seletivo está longe de ser essa selva de competição que acontece no Brasil. Além de que lá eles levam bastante em conta as experiências pessoais do estudante que quer ingressar, portanto ir bem num teste ao estilo vestibular só quer dizer que você é um bom absorvente de informação, isso está longe de definir a sua real condição e capacidade humana.

Kässpatzen, muito bom!
As pessoas são muito tranquilas e amigáveis, falam um dialeto alemão diferente do tradicional, alguns dizem até que falam Austríaco, mas se uma pessoa fala o alemão tradicional é só questão de tempo para se adaptar ao alemão da Áustria. Em geral são bem privadas, mas creio que isso seja uma característica européia mesmo, cada um na sua, respeitando seus limites e o espaço do outro. Isso até me faz lembrar de um vizinho de outro prédio(em Fortaleza) que gosta de ouvir música alta durante as noites de sábado até altas horas da manhã, e nem adianta chamar polícia porque ninguém vem, na Áustria algo como isso não acontece, e se acontecesse não levaria muito tempo até um carro da polícia chegar e acabar logo com a festinha que incomoda centenas de outros cidadãos.

Para falar a verdade eu não vi nenhum ponto negativo durante o tempo que passei naquele país, quero passar mais tempo e prestar mais atenção, ou até viver lá para descobrir os defeitos que podem ainda existir, pretendo voltar em Julho e com certeza verei muito mais pois terei muito mais tempo e já terei superado aqueles primeiros dias de choque cultural. Por enquanto é só, tentarei escrever posts sobre experiências específicas em breve, pois este já ficou muito longo. Áustria é isso, um exuberante país de nível social elevado, pessoas amigáveis, organização, segurança, clima bom a maior parte do ano e muito mais que descreverei em breve, abraços.

Mirante com placa indicando a direção de outras montanhas.

Lagos e mais lagos.

Montsee

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A existência de alienígenas

Não é uma novidade que vida extra-terrestre sempre foi um assunto de grande impacto na civilização humana em toda história e em todos os continentes. Muitos acreditam e outros não, alguns têm medo e  outros dariam tudo por um contato com seres de outros planetas. É exatamente isso que trataremos a respeito no post de hoje, pois apesar de ser um assunto bastante ignorado pela população usual, a existência desses seres seriam de colossal impacto na ordem mundial, e eu não estou falando de um caos generalizado, estou falando de uma nova forma de entender o universo em que o homem tem teimado em tratar como algo sem muito valor.

No último dia 9 de Janeiro o portal do jornal “O Globo” publicou um artigo sobre o Fórum Econômico Mundial (que não sei quando acontecerá) e os “Fatores X”, um conjunto de assuntos extras que deveriam ser tratados durante o evento. Entre esses “Fatores X” o que mais chama atenção é o relacionado a uma possível descoberta de vida alienígena e seu impacto frente ao planeta Terra, ou seja, as autoridades mundiais já começam a se preocupar com um evento que parece estar próximo e suas consequências. E quais seriam essas consequências?

Ora, imagine um planeta dominado pelo materialismo e religião tendo contato com seres portadores de tecnologias fora de nossa imaginação? Sim, são seres altamente desenvolvidos, pois acredite em mim, para cruzar o espaço uma civilização deve estar num nível de evolução muito a frente do que nós, medíocres terráqueos, não só isso como também seriam seres de evolução moral muito a frente de nossa realidade. E amigos, devemos estar certos de uma coisa, eles vão trazer bastante novidades, tenhamos certeza. Novidades que balançarão a filosofia humana, a psicologia, a espiritualidade, a ciência e todos os ramos do conhecimento, pois esses seres trariam uma visão de mundo que o ser-humano precisaria viver várias vezes para entender. E é esse o motivo que me faz acreditar que eles ainda não fizeram um contato “oficial”, pois somos ainda muito infantis para conhecer estes seres amigos que nos monitoram de longe como um irmão mais velho que não pode ser visto.

Este assunto é bastante amplo e precisarei abordá-lo em outros posts, mas antes disso gostaria de descrever a minha visão sobre como imagino o funcionamento da vida em nosso universo, é claro que de uma maneira limitada, pois quem sou eu para tratar deste assunto que esconde tantos mistérios. Começaremos a falar de planetas. Vários deles habitam o universo, sendo tantos que nem adianta eu tentar usar palavras normais para tentar expressar a quantidade desses orbes que existem mundo a fora. Dentre esses planetas existem bilhões como nosso planeta, eu disse bilhões! Mas acredito que sejam mais. Só com este pensamento já é absurdo pensar que estamos sozinhos, pois na realidade não somos nada mais que um átomo de um grãozinho de areia no universo, ou provalmente menos. Nosso planeta é um pedacinho de coisa voando por ai e um simples ser-humano não é mais do que um imperceptível pó cósmico. Assita ao vídeo abaixo para termos uma noção de tamanho para nos basearmos:



Depois de assistir a este vídeo você deve ter entendido nossa insignificância no universo. Agora pensemos, que tipos de vidas habitam outros planetas? Bom, partindo da lógica, existem muitos seres inteligentes, milênios a frente que nós, assim como seres atrasados na mesma proporção, que ainda estão aprendendo a se comunicar, como também há planetas de fauna e flora riquíssimas mas sem inteligência racional, este é um assunto tão amplo que este simples pensamento já é suficiente para enfervescer nossas mentes com uma imaginação infinita sobre o que há lá fora. Imaginemos animais diferentes, plantas diferentes, humanos diferentes. Ora, se só em nosso planeta há tanta riqueza e variedade, imagine em outros muito maiores do que a Terra? Imaginemos um planeta Terra que por acaso é dez vezes maior que o nosso, com uma humanidade altamente desenvolvida capaz de usar tecnologias inimagináveis e manipular a natureza de seu planeta de uma forma que tudo é planejado com uma eficiência perfeita auto-sustentável e tudo que é construído é baseado num alto padrão de beleza estética envolvendo natureza e tecnologia, dando ao planeta uma imagem de um completo paraíso. Será que isso é possível? Sem dúvidas!

Existem seres neste universo que colocariam no chão toda a maldade deste planeta com sua sabedoria, através de suas magnânimas condições evolutivas eles fariam o orgulho, a inveja e a vaidade perderem o sentido. Ensinariam-nos as leis da espiritualidade e como tudo está conectado no universo, como nossa evolução tem ligação com tantos outros fatores além de nossas vidas atuais. Abririam a mente desta humanidade limitada e teimosa de orgulho, mostrariam a verdadeira beleza da vida que está destroçada pelo nosso materialismo doentil. Espero que eles venham o quanto antes, pois precisamos de ajuda externa direta para iluminar este planeta que sofre nas trevas da mediocridade humana. Lamento a posição de alguns ao achar que estamos sozinhos, não estarão preparados para o dia em que eles chegarão, o dia em que abriremos as portas de nosso planeta (que sempre estiveram abertas mas sem a consciência da humanidade) aos amigos de outros orbes, de outros galáxias, de outros mundos que nos fascinam só de pensar a respeito. Tenho tanto a falar sobre isso que sinto como se já estivesse nascido com essas informações. Em breve escreverei sobre o Universo e a dinâmica da reencarnação no mundo espiritual, pois só assim teremos base para tratar deste assunto com mais eficiência.