quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Derrubando as muralhas

Mudar. Quantas vezes será precisa a pronuncia desta palavra durante a vida de um ser humano? Normalmente várias. E se aplicarmos a palavra “mudar” para o mundo inteiro? Seriam necessárias muitas dessas palavras, caminhões, talvez enormes carregamentos. Quem não gostaria que o mundo fosse um lugar diferente? Poucos são os que acreditam na benevolência global, pois mais parece que vivemos em um mar de conflitos e imperfeições diárias. Um mundo que reflete o nosso desejo de mudar, porém reflete muito mais a nossa dificuldade em mudar.

Mudança, algo que consiste na alteração de alguma coisa, física ou abstrata. Tentamos mudar todos os dias, vestimos uma roupa diferente, falamos algo diferente, tentamos ser diferentes. Mas cobertos em lástima parece que continuamos os mesmos. Presenciamos problemas ao nosso redor, mas não fazemos nada, pois problemas precisam ser solucionados, e soluções só aparecem com mudança, inovação. Por que é tão difícil mudar? Por que tendemos a evitar novas ideias ou mesmo condená-las sem mesmo avaliar afundo o conteúdo daqueles pensamentos? Por que somos conservadores?

Pessoas nascem, crescem e morrem ouvindo que precisam mudar, mas com muita dificuldade mudam, na maioria das vezes se agarram em um porto seguro, como um trabalho específico, uma ideologia ou uma filosofia, montam sua muralha com vigia máxima e reforçada, e assim se fecham para um mundo privado onde não se é admitida a instabilidade. De muralhas em muralhas nos fechamos, e inconscientemente construímos um mundo também fechado e recluso a novas ideias. Você já tentou mudar o mundo? Quantos lhe ouviram? Talvez alguns, de certa forma indiferentes.

Este mundo de injustiças, desigualdades e mazelas que deveriam ser inaceitáveis, reflete em plenitude a dificuldade do ser individual em mudar. Este ser muitas vezes é educado e instruído para saber de que forma deve mudar e como deve mudar a si mesmo para começar a mudança do mundo, porém se recusa de imediato frente ao seu apego com os costumes que até então tem sustentado tão fielmente. Não muda suas ações, não muda o que fala, o que come, quem acusa e quem inocenta, mantém seus costumes inalterados já considerando que há muito estão estabelecidos.

São tantos os convencidos de que já atingiram o patamar ideal, desses existem aos montes, quase param de progredir na medida em que pequenas conquistas e um pouco de conforto começam a surgir em suas vidas. Mal sabem que podem mudar para melhor muito mais, pois nesta vida o limite de crescimento parece não existir. E a partir desta mudança individual é que construiremos a mudança do mundo, é desta maneira que traremos a esperança aos mais fracos, mostraremos o caminho aos mais corruptos e devolveremos o otimismo aos fracassados. A responsabilidade está em nossas mãos e a modificação deve começar no íntimo de cada habitante deste planeta, a espera por fatores externos é inútil e todos aqueles com consciência de seus deveres sabem a responsabilidade de suas ações neste palco de desarmonia que é este mundo.

Que belo seria se os bons fossem mais audaciosos, poderíamos mudar tudo sem tanto esforço como é imaginado, porém os bons estão oprimidos, controlados e distraídos. Para erguer esses bons é preciso de um despertar, e este será baseado na paz, no amor, na fraternidade, na compreensão das diferenças. A próxima revolução não será de guerras, mas sim de ideias, ideias tão claras e incontestáveis  que farão o mais tirano dos homens se entregar aos novos tempos. Mergulhe em seu interior e faça parte da revolução.