quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Saudade, o mal que vem para o bem


“Preciso ir pra longe”, eu disse, “preciso sofrer”, “sentir falta”, “conhecer o que acontece em minha frente todos os dias”. Saudade, ela é essencial e sempre esteve nos meus planos de formação humana, de valorização do que tenho. Família, casa, facilidades, povo, cidade, país, você só valoriza quando perde, eu sabia disso. Precisamos provar o amargo para reconhecer o valor do doce, precisamos provar o mal para reconhecer o valor do bem. A distância nos faz refletir, crescer, mudar, desenvolver os sentidos, simplificar a vida, planificar os sentimentos.
A mãe se despede triste do jovem que vai à guerra, mas recebe feliz o homem que retorna, um homem forte, resoluto, altivo e preparado. Precisamos da saudade, precisamos valorizar o que temos, caso contrário relaxamos, dormimos, não enxergamos os detalhes, a realidade da vida passa despercebida frente aos nossos olhos. Entramos em alienação, andamos como burros sempre olhando para frente, esquecendo os outros pontos ao redor, caimos na ingenuidade.
Precisamos da fome para valorizar o alimento mais simples, precisamos do frio para valorizar o calor, precisamos da solidão para valorizar a família, precisamos cansar para valorizar o descanso, precisamos ser mal entendidos para valorizar a compreensão. Os bons momentos nunca existiriam se não houvesse maus momentos, pois se os maus não existissem, os bons nunca se destacariam.

Um comentário:

  1. Infelizmente é asism... ou não, né? Talvez se não fosse, do jeito que somos, nada teria graça!

    Engraçado que vi teu título e lembrei do que minha vó sempre dizia e que tento me lembrar sempre: "não há um mal que não traga um bem." Pode até não ser proporcional, mas até das coisas ruins a gente pode tirar algo, nem que seja o aprendizado ou a força de uma superação...

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