quarta-feira, 4 de maio de 2011

Considerações sobre a carreira de jornalista


Ao ingressar na faculdade de Jornalismo em 2010, projetei em meu futuro um valoroso trabalho, aquele que fosse capaz de expandir diferentes áreas do conhecimento, proporcionasse a pratica das mais valorosas virtudes humanas e principalmente denunciasse os descasos públicos que muito me ferem a alma, proporcionando uma revolta capaz de tirar minhas condutas dos eixos. Eu queria voz, ação, algo mudando.
O jornalismo aparecia como um grande megafone, capaz de envolver centenas, milhares, ou até milhões de pessoas em prol da justiça. Dediquei-me nos estudos e principalmente nas observações voltadas para a área da comunicação, acompanhei emissoras de TV, rádio, jornais impressos e portais na internet. Analisei minuciosamente depoimentos de jornalistas referentes ao trabalho e ao dia-a-dia. O tempo foi passando e minhas conclusões se consolidavam à certeza gradualmente.
Não demorou muito para que eu confirmasse que o grande megafone não passava de um pequeno apito de cachorro, daqueles baixinhos e agudos que você escuta, incomoda-se um pouco, não entende direito, não se importa com o significado e leva sua vida. Os jornalistas fabricam notícias, e as pessoas não se importam com notícias, pelo menos é assim onde vivo. Com isso, para as empresas de comunicação não perderem seu faturamento, transformaram os jornalistas em profissionais do entretenimento, chamadores de atenção, vendedores de perda de tempo.
Onde está a valorização do suado trabalho do jornalista? Onde está a credibilidade? O charme do equilíbrio, da meditação e da imparcialidade? Aquele jornalismo tradicional, que chega a ser uma arte intelectual, um movimento harmonioso de palavras e envolvimento. A verdade é que o jornalista se transformou num palhaço (com todo respeito a esses artistas), onde o diferencial do profissional não está no conhecimento, está na aparência e na capacidade de atrair o público, e isso já toma forma logo na academia durante a vida de estudante.
Não senhor, desculpe, não era isso que tinha escrito quando eu me inscrevi, disseram-me que eu demoraria a receber um salário, e quando começasse seria pouco, que eu teria que suar, estudar muito, trabalhar muito, para conseguir pelo menos um espaço, onde começaria a conquistar algo, e sim, eu concordei, aceitei o desafio e me entreguei, até porque estou disposto a fazer qualquer coisa para crescer, principalmente como ser humano.
Mas enfrentar tudo isso para chegar à limitação de somente “cutucar” as pessoas? Sem nenhum efeito notório para a sociedade? Para fazer showzinho e entreter o público com sorrisos falsos e assuntos fúteis? Não, estou no lugar errado, não é aqui onde vou conseguir me realizar. A minha briga é direta, é com a mão na massa, não pode depender do povo, tem que depender de mim, e já sei onde encontrarei isso.
O jornalismo não é capaz de me oferecer o poder necessário para realizar o que a intuição e o espírito tentam revelar, desafios que requerem muito além da arte de fabricar notícias. Minha missão precisa de ferramentas mais brandas, de força, de condições para adentrar ao sistema. Algo me diz para sonhar mais alto, não só diz, como quase exige, sonhos que me permitirão utilizar todas as minhas faculdades e toda minha energia, alcançando resultados efetivos e vitoriosos.
O tempo que passei na comunicação foi muito válido, e com certeza armazenei conhecimentos que me serão úteis futuramente, e possivelmente será meu diferencial na batalha que procuro. Tudo acontece como deve ser, e no tempo que deve ser, e ao encontrar sua posição, o homem se vê seguro no caminho da honra e da iluminação divina, algo que requer sacrifícios, e principalmente muita reflexão, mas que no final, oferece um glorioso repouso de bem-estar e realização.

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