terça-feira, 6 de julho de 2010

O Advogado - John Grisham


Hoje encerrei a leitura do livro "O Advogado", escrito pelo estadunidense John Grisham. A obra conta a história de um advogado bem sucedido de cerca de 40 anos, casado mas sem filhos, que desde a faculdade trabalha exaustivamente em busca de um lugar de destaque em um grande escritório dos EUA. Michael está prestes a ser um dos sócios do escritório e adicionar vários "zeros" à sua conta bancária, objetivo, meta e sonho de uma vida inteira, quando um episódio envolvendo um pobre sem-teto muda drasticamente sua vida. Para surpresa de todos os seus colegas advogados, Michael deixa toda sua riqueza e carreira de lado e começa a dedicar sua vida defendendo os pobres, tornando assim um advogado de rua.

Durante a estória, o homem que saboreava diariamente os luxos que o dinheiro pode comprar, se deparou com uma realidade que gerou-lhe dúvidas quanto ao verdadeiro sentido de sua vida e seu exaustivo trabalho em busca da riqueza. Deixando sua macia poltrona e seu belo carro, ele conheceu as pessoas que sofriam nas ruas de Washington em função de um sistema que sempre privilegiava os homens de terno como ele mesmo. Michael se separou de sua mulher (o casamento já estava abalado por outros motivos) e partiu para um bairro da cidade menos favorecido para trabalhar em um pequeno escritório que atendia os sem-teto. Pouco a pouco o personagem se adaptava ao seu novo mundo e via que seu trabalho se tornava cada vez mais valoroso. Antes a única coisa que o motivava passando o dia analisando processos era o seu mega salário no final do ano, agora, atendendo pessoalmente, cara a cara, diariamente, vários necessitados, sua motivação vinha hora a hora, minuto a minuto, participando intensamente de vidas em busca de ajuda.

Bom, o resto vou deixar para quem se interessar, lembrando que pensar que o livro é voltado para o público da área de Direito é um completo engano, serve para todos, independente de suas áreas. Portanto, está indicado!

Com o assunto abordado, vem a tona este grande complexo em relação a uma carreira de sucesso. O que nos caberia fazer? Trabalhar e nos especializar feito loucos em busca de um salário confortável ou até excedente? Ou juntar nossos esforços para servir quem realmente precisa, vivendo só com o necessário e saindo por ai em busca de tornar o mundo um lugar melhor? Vemos por todos os lados da sociedade dois grandes extremos, gente que nem sabe o que é mundo melhor, e gente que entrega sua vida em prol de quem precisa (esses são, logicamente, mais raros). Porém, o que seria o ideal? Esse é um assunto para ser debatido duradouramente por todas as Ciências Humanas, entrelaçando principalmente Filosofia, Sociologia e Psicologia.

Confesso que não sou o mais capacitado para orientar alguém, portanto minha opinião basicamente é uma mescla de todas as orientações que um jovem pode receber durante seus estudos, por meio principalmente de professores e parentes.

Durante a maior parte do dia, somos bombardeados por anúncios e jogadas de marketing que nos motivam a produzir e consumir, produzir e consumir, produzir e consumir, não temos nem espaço para morrer em paz, até as funerárias estão investindo em publicidade ao ponto de você ficar em dúvida de onde morrer, que tipo de caixão comprar, e até como morrer! Isso ai, você pode ser cremado ou enterrado, isso se você optar pelos atos mais normais, não me surpreenderia nem um pouco se inventassem novas opções para o mercado, jajá tem gente querendo ser mumificada, congelada, pendurada na parede, enfim, ficamos preocupados até com a última compra de nossa vida, a "morte em estilo".

Que pressão heim? Será que antes de nascer, papai do céu me perguntou qual o sistema que eu mais gostava? Por que eu nasci nesse e sou obrigado a viver de acordo com suas regras? E se eu quiser jogar tudo pra cima e chutar todo balde que tiver pela frente? A sociedade me excluiria a um ponto de total humilhação, começando sempre pelo sabidão que olha para o outro e fala, "olha ai, aquele zé mané, querendo ser diferente, querendo aparecer". É sim, ser diferente é crime, e igualdade, é mato. Mas eu sou capitalista também, temos que admitir que gostamos disso, não estou com a mínima vontade de correr para uma praia afastada e ficar quebrando côco na cabeça para saciar minha fome. Aposto que você, da mesma maneira que tem condições de ler este texto por um computador bem servido de internet, tem a poucos metros uma geladeira ou uma dispensa repleta de alimentos que transforma a fome num problema tão longe de sua realidade que se torna até cômico, dependendo de sua personalidade. Fique sabendo que você faz parte de uma parcela mínima da população mundial, como se ninguém não estive cansado de saber disso.

Neste caso, se torna preciso que continuemos em busca de nosso espaço, para uma sobrevivência confortável neste curto período em que aqui estamos, então estude, trabalhe, abra portas e até ganhe muito dinheiro, mas nunca se esqueça de quem não teve a mesma sorte, não vale a pena esquecer quem está por baixo, não digo isso porque pode causar algum peso na consciência ou algo aparecido, digo isso porque deixar de contemplar a alegria alheia, a alegria de quem precisa de alegria, é o maior desperdício que podemos fazer. Sempre haverá tempo e oportunidade para agirmos, resta olharmos ao nosso redor e decidirmos até quando esperar.

Fui!

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