sábado, 15 de janeiro de 2011

Moral torta brasileira


Nosso país é um local onde o estudo da moral, da ética e da boa conduta é indiscutivelmente propício e necessário, afirmo isso pois a população ainda apresenta um estado embrionário neste aspecto, e teremos que guiar nossos jovens por longas décadas até um cenário satisfatório, períodos já vividos por outras nações que hoje podem se dedicar a filosofias, ciências e tecnologias mais avançadas.
É importante saber que onde há carência de evolução, há carência de entendimento, portanto este assunto, nesta terra, ainda permanecerá dentre os mais centrais nas discussões que pautam o progresso. Olhemos para o que acontece em nossas limitações sociais, o que vemos? Uma grande insegurança moral, uma fraqueza maligna espalhada pelos quatro cantos deste país, um rio ignóbil desaguando num mar de desonestidade e ambições egocêntricas sem valor. Vemos, em poucas palavras, uma “Moral Torta”.
O brasileiro, sem generalizações, mantém em sua mente uma ilusão que muito o conforta, trata-se de um processo de auto-perdão moral com base nas atitudes de outrem, ou seja, o indivíduo julga seus atos a partir do que seus semelhantes estão fazendo, uma característica mui observada entre as crianças, mentes infantis.
Neste país é incrível a facilidade que um homem tem de se tranquilizar ao proceder um ato imoral, ele apenas lembra de alguém que fez pior e se auto-autoriza a conduzir suas atitudes inescrupulosas.
Imaginemos o raciocínio de um policial corrupto ao ser surpreendido com uma oferta em dinheiro para liberar um criminoso, ele pensa: “Ora, se o delegado foi subornado com um carro semana passada, por que eu não posso faturar esta pequena quantia?”, ou um homem recém casado derrubando os laços matrimoniais: “Ora, se o meu amigo está traindo a mulher, por que eu, que nunca fiz nada errado, não posso dar uma pulada de cerca?”.
Desta maneira a sociedade sofre um efeito dominó que a empurra gradualmente ao abismo, no caso do Brasil, já nos encontramos num abismo tão profundo de imoralidades que muito me surpreenderia se ainda não tivermos começado a caminhar numa trilha segura, que nos leve a uma condição de maior leveza e autonomia ética.
É essencial que se aclare na mente de nossa gente que as decisões e atos individuais definem o corpo moral de todo o meio social, e que cada um detém uma grande responsabilidade frente ao coletivo. Julgar a gravidade dos atos com base em situações esdrúxulas é parvoíce, está na hora de crescermos.

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