sábado, 11 de junho de 2011

A natureza do espírito


Onde está nossa real natureza? No material ou no invisível? O mundo material nos traz belezas indeléveis, a riqueza da natureza, a harmonia dos astros, a perfeição dos ciclos, tudo isso capacita aos olhos humanos um grande estado de embriaguez. O homem vive em busca das respostas, busca entender e dar sentido ao que vê. E baseado no material, acredita que a felicidade deve ser procurada ali, na esfera em que trilha suas jornadas passageiras.

A felicidade não está no dinheiro, não está nos gozos terrenos, nem muito menos nas paixões. O ser humano, por mais que venha a se adaptar a um estilo de vida, não se sente livre, pelo contrário, se sente em total aprisionamento, o aprisionamento da carne, dos sentidos limitados, das condições miseráveis que lhe foram atribuídas. A dor desta prisão é intensa, principalmente para os mais fracos que não suportam as provas que lhe foram impostas e buscam regressar no intento do suicídio.
Vejo o planeta Terra como uma pequena ilha, no meio da imensidão oceânica, essa representa o espaço, a grande extensão do universo. Essa ilha está ali fixada, em constante mutação, alternando sua geografia e se adaptando frente às intempéries da natureza, e ao seu redor, a água do mar bate, de série em série, vezes mais suave, vezes mais destrutiva e regeneradora. Dependendo de como as ondas vierem ao encontro da areia, haverá sempre uma interferência no cenário da praia, porém, aquela água do grande oceano sempre regressará à sua natureza.

Quando você está na praia e olha a água em contato com a areia, percebe que ela chega de uma forma abrupta, quase agressiva, como se o grande oceano achasse necessária sua rápida passagem naquele terreno hostil, molhando a terra seca e retornando ao seu lar, sempre deixando aquela fina película de umidade sobre a areia, que desaparece gradualmente na medida em que a força do mar puxa sua cria de volta, como se o trabalho tivesse sido concluído. Algumas adentram a praia com a força de um exército, deixando marcas e sendo lembradas por alguns instantes, outras beijam a terra e vão embora sem que ninguém perceba. Porém o ciclo nunca acaba, e após o regresso de uma onda, outra é lançada. Somos assim, como as ondas do mar, somos lançados com energia, fazemos o que a natureza nos propõe e retornamos ao oceano, esperando mais uma aventura como aquela, seja na mesma ilha, ou em qualquer outra.

Não se engane, pois neste grande oceano, vários mistérios existem, mas poucos têm acesso as suas águas mais profundas. E devo salientar, nossa ilhazinha não é a única, ou achas que temos tudo para nós? Somos um grão de areia. Existem outras ilhas muito bem habitadas, e seus moradores conhecem grande parte desse oceano, e navegam neles como nossos descobridores europeus navegaram um dia, inclusive têm conhecimento de nós, a raça “mediana”, que marcha devagar no seu amadurecimento moral, corrompido pelo egoísmo e orgulho que a vida material impõe.

O espírito não pertence a este plano, no entanto, é preciso que seja lançado a suas provas. Como o vento que molda as dunas e a água que rega a vegetação, a essência humana, imaterial e invisível, é lançada sobre o mundo material, para que busque sua ascensão, expanda seus conhecimentos, esclareça suas dúvidas e sirva o responsável por tudo que se move no vasto universo em que vivemos. Nesta empreitada, não fazemos mais que progredir, para que voltemos ao lar, vitoriosos e mais capacitados às futuras missões da eternidade, onde o tempo não existe e a física está muito além do que conhecemos até aqui.

Não acreditas no mundo invisível? No imaterial? Eu aposto que há duzentos anos os homens também não acreditavam que seria possível ouvir a voz de outro homem e conversar com ele no mesmo instante por meio de um aparelho retangular de poucos centímetros, tudo porque não acreditavam no que não podiam ver, devido aos seus limitados sentidos de seres primitivos e ainda ignorantes. É tudo uma questão de tempo, de cenário propício.

A vida material é irracional, não tem sentido, retarda o homem, desacelerando sua ascensão. Aceitando uma visão materialista, é como se o espírito desejasse se aprisionar mais, pois além do cárcere da carne, ele também se prende a outros elementos de pouca importância para seu progresso, como se desse mais voltas na chave da fechadura, tornando sua independência e autonomia mais dificultada. Mas é certo que um dia ele se libertará, pois faz parte de sua caminhada e nada pode frear, é uma lei.

Para finalizar, aprecie este vídeo que sempre me faz lembrar da infância, este clássico da Disney, que apesar de durar alguns poucos minutos, transmite uma mensagem eterna e imutável, que começa na menor das substâncias e abrange absolutamente tudo ao nosso redor, mesmo que ainda não tenhamos acesso a este “tudo”. Um abraço, fiquem com Deus.


Um comentário:

  1. Gostei muito do seu texto, Leonardo. Foi exatamente o que eu estava discutindo com alguns amigos, hoje. Peço permissão para compartilhar, com os devidos créditos. Obrigada e boa semana. Beijosss

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