Hoje estive pensando sobre as experiências que
temos nesta vida, lembrei das coisas boas e inesquecíveis que vêm à minha mente
sempre que as aciono, coisas da infância, adolescência e da vida presente, mas
também lembrei daquilo que eu não consigo lembrar, as experiências que parecem
ser irrelevantes nesta caminhada, nós vivemos isso porém dificilmente lembramos
disso, pois de certa forma essas experiências não alcançaram um nível de
importância suficiente para se destacarem em nossas vastas memórias.
Quando viajamos, principalmente quem gosta
muito de viajar como eu, parece que vivemos muito mais experiências relevantes
que o normal. Quem nunca fez uma grande viagem de duas semanas em lugar completamente
diferente, geralmente em um continente diferente, e não sentiu que viveu muito
mais que o normal? A impressão é de que uma semana vivendo intensamente nos
trás um número de experiências relevantes que viveriamos em um ano de vida “normal”.
Isso é fantástico pois nos mostra o que realmente importa na vida.
Pare você mesmo(a) e pense, o que você lembra do
ano passado? Com certeza lembrará dos momentos em que cresceu, em que aprendeu
lições, em que algo especial aconteceu, mas a maior parte massacrante dos
eventos do ano anterior não possuem muito espaço em sua memória, ou seja,
muitas coisas repetitivas que a sociedade faz você acreditar que são
importantes na verdade não são tão relevantes para o seu crescimento interior,
ou melhor dizendo, para seu acúmulo de experiências marcantes, e considerando
que essas experiências são as grandes responsáveis pelo seu progresso na vida,
podemos considerá-las vitais e de fundamental importância.
Ao passar do tempo fui percebendo que
claramente essas experiências marcantes são como uma forma de direcionamento
que a vida nos propõe, como algo que devemos perseguir, algo natural da
caminhada humana. Quando fazemos algo que sentimos prazer e nos enche o coração
de alegria é como se uma voz interna falasse: “O caminho é por aqui mesmo, continue...”. Daí percebi um
pouco da essência daquelas famosas frases ditas aos jovens mas que poucos
conseguem interpretar com clareza: “Siga seu coração”, “Faça o que você gosta”.
Por que as pessoas que possuem tarefas
repetitivas e tediosas geralmente estão de mal humor? Como por exemplo um caixa
de supermercado, um taxista, uma empregada doméstica, um operário de fábrica,
um motorista ou trocador de ônibus? Poucos percebem isso, mas essas pessoas
estão sendo intensamente repreendidas pela sociedade ao estarem sujeitas a
desempanhar essas atividades tão vazias em suas vidas, elas estão em um
condicionamente “servo” já ponderado pelos teóricos socialistas em que nosso
atual sistema nos faz acreditar que é algo voluntário e que eles aceitam fazer.
Esses indivíduos tem pouquíssimas chances de
viverem experiências relevantes em suas vidas, e quanto mais se envolvem em
tarefas repetitivas que não proprocionam essas experiências relevantes, mas se
distanciam de sua natureza humana, isso gera comportamentos aberrativos como o
uso de drogas, a pratica da violência, o isolamento social e em muitas vezes o
fanatismo religioso, muito comum no Brasil.
Mas tendo em vista os milhões que são repreeendidos
por essas atividades que geram experiência irrelevantes, como mudaremos este
contexto em busca de um mundo justo e livre para os seres-humanos? Um mundo em
que a busca por experiências relevantes seja liberada e acessível a todos?
Creio que este contexto será proporcionado pelo avanço da ciência e da tecnologia,
pois está se mostra cada dia mais como a grande ferramente de emancipação humana,
assim como a educação voltada a este propósito. Acredito que com o passar dos
anos os seres-humanos estarão cada vez mais livres e ao mesmo tempo desafiados
a procurar outros valores em suas vidas, valores que proporcionem as tão
faladas experiências relevantes que tenho descrito aqui e deveriam ser a grande
luz desta busca incansável do bem viver e da real liberdade humana.
O grande desafio é transformar o tempo que
usamos em experiências irrelavantes num tempo onde se possa promover
experiências relevantes, por isso é tão importante a busca de uma atividade que
nos faça bem, que nos atraia e promova um verdadeiro crescimento. Muitas
pessoas se sujeitam a trabalhos não muito atrativos por causa do dinheiro, mas
percebe-se que o dinheiro não é nada mais do que a chave para promover rápidas
atividades relevantes. Talvez se buscássemos outros valores além do que o
dinheiro pode comprar, chegariamos aos nossos objetivos de maneira bem mais
fácil e rápida, talvez olhando mais para si mesmo (internamente) e apreciando o
que há de mais simples ao nosso redor, aquilo que todos os humanos podem
usufruir a partir do momento que nascem neste planeta.
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