Às vezes fico impressionado sobre como minha
geração trata a religião e os incentivos espirituais que permeiam a formação e a
manutenção de uma cultura. O processo de laicização da sociedade, sido iniciado
pelas ideias iluministas, e conduzido pelos adoradores do Estado moderno, mais
especialmente os maçons, que sempre estiveram em posição de diminuir a
autoridade da Igreja como reguladora das relações humanas, colocou nossa
civilização em um estado de confusão espiritual sem precedentes, um mundo paralelo
onde o cristianismo é só mais uma mera religião.
Há poucos dias vi algúem compartilhando no
Facebook um abaixo assinado para que religiosos fossem proibidos de se
candidatar a cargos públicos na política. O absurdo nem é tão grande pela falta
de apreço pela liberdade dessa juventude anti-religião, mas a ilusão de que o
mundo não se sustenta em crenças espirituais, de que tudo está no Estado e na
ciência, como se tudo fosse relativo, o bem e o mal, o certo e o errado, tudo é
construção social e o conservador é um inimigo do incontestável progresso da civilização.
Ora, o que vejo nessa geração não é um processo
de libertação, mas sim uma outra opção de servidão, a servidão das ideias
frouxas que mudam do dia para a noite, que não sobrevivem ao tempo, que estão
sempre em mutação, não uma mutação lenta e salutar, mas uma mutação confusa e
prejudicial para qualquer mente que busca um certo equilíbrio. Esta juventude
que não crê em algo além desta vida, coloca todas as suas esperanças de um
mundo melhor no aqui e no agora, é um exército de pessoas insatisfeitas, sedentas
por prazeres mundanos que não os levam a lugar algum.
Não é de se estranhar que a diminuição do poder
da Igreja no mundo ocidental está diretamente ligado ao aumento do poder do
Estado e à formação de uma aristocracia seleta que se alterna no poder. Os
pobres iludidos “jovens do povo” acham que vão assumir o poder com a democracia
e a luta em favor dos pobres, uma baita ilusão, o máximo que vão conseguir será
formar uma nova elite, tão déspota e concentradora como a anterior.
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