A vida de um marinheiro
É cheia de incertezas
Repleta de coragem
E muitas surpresas
Não se pode parar
Nem para pensar
O marinheiro que para
Não poderia estar no mar
O marinheiro não tem tempo
Nem pra chorar e nem pra sorrir
Só tem um descanso
Até o novo partir
Carregando seus dias
De lutas e de glórias
Cicatrizando as feridas
Daquelas duras memórias
A sua alegria
É muito esperada
Não é duradoura
Mas é acumulada
Quanto tempo navegando
Cansado há de ficar
Mas tanto ama essas águas
Que não há de amansar
Marinheiro escutai-me
Pois tu sozinho não está
E aquele que algo busca
Algo encontrará
Quando houver um rochedo
E desviar não for possível
Não perca tua calma
Pois tu és invencível
Salve o que puder
E tenha paciência
Tua alma é pura
Chegará tua clemência
Deite na rocha
E não reclame
A noite passará
Será o fim do certame
Teu barco abatido
Ainda há de navegar
Abra suas velas
E não exite em acreditar
Os bons rumos meu caro
Certamente estão aí
Basta persistência
Na bela arte de descobrir
Mas antes de mais nada
Algo tenho a lhe alertar
O bom marinheiro
Por bons ventos sabe esperar
Agarre o esfregão
E guarde tua espada
O convés está sujo
Merecendo uma lavada
E quando tudo estiver limpo
Sente e aguarde
Os ventos do Oeste
Não virão tão tarde
Esteja em alerta
Prepare a tripulação
Pois no momento certo
Virá a nova missão
E aquela sujeira
Que tiraste do convés
Ficará no rochedo
E não haverá revés
Vejo-lhe em terra firme
Quando da glória chegar
Compartilhando teu ouro
Com um brilho no olhar
Sonhei contigo
E ao rochedo tu sorrias
Pois naquela noite
Começara o teu dia