Mudar. Quantas vezes será precisa a pronuncia
desta palavra durante a vida de um ser humano? Normalmente várias. E se
aplicarmos a palavra “mudar” para o mundo inteiro? Seriam necessárias muitas
dessas palavras, caminhões, talvez enormes carregamentos. Quem não gostaria que
o mundo fosse um lugar diferente? Poucos são os que acreditam na benevolência
global, pois mais parece que vivemos em um mar de conflitos e imperfeições
diárias. Um mundo que reflete o nosso desejo de mudar, porém reflete muito mais
a nossa dificuldade em mudar.
Mudança, algo que consiste na alteração de alguma
coisa, física ou abstrata. Tentamos mudar todos os dias, vestimos uma roupa
diferente, falamos algo diferente, tentamos ser diferentes. Mas cobertos em
lástima parece que continuamos os mesmos. Presenciamos problemas ao nosso
redor, mas não fazemos nada, pois problemas precisam ser solucionados, e
soluções só aparecem com mudança, inovação. Por que é tão difícil mudar? Por
que tendemos a evitar novas ideias ou mesmo condená-las sem mesmo avaliar
afundo o conteúdo daqueles pensamentos? Por que somos conservadores?
Pessoas nascem, crescem e morrem ouvindo que
precisam mudar, mas com muita dificuldade mudam, na maioria das vezes se
agarram em um porto seguro, como um trabalho específico, uma ideologia ou uma
filosofia, montam sua muralha com vigia máxima e reforçada, e assim se fecham
para um mundo privado onde não se é admitida a instabilidade. De muralhas em
muralhas nos fechamos, e inconscientemente construímos um mundo também fechado
e recluso a novas ideias. Você já tentou mudar o mundo? Quantos lhe ouviram?
Talvez alguns, de certa forma indiferentes.
Este mundo de injustiças, desigualdades e
mazelas que deveriam ser inaceitáveis, reflete em plenitude a dificuldade do ser
individual em mudar. Este ser muitas vezes é educado e instruído para saber de
que forma deve mudar e como deve mudar a si mesmo para começar a mudança do
mundo, porém se recusa de imediato frente ao seu apego com os costumes que até
então tem sustentado tão fielmente. Não muda suas ações, não muda o que fala, o
que come, quem acusa e quem inocenta, mantém seus costumes inalterados já
considerando que há muito estão estabelecidos.
São tantos os convencidos de que já atingiram o
patamar ideal, desses existem aos montes, quase param de progredir na medida em
que pequenas conquistas e um pouco de conforto começam a surgir em suas vidas.
Mal sabem que podem mudar para melhor muito mais, pois nesta vida o limite de
crescimento parece não existir. E a partir desta mudança individual é que
construiremos a mudança do mundo, é desta maneira que traremos a esperança aos
mais fracos, mostraremos o caminho aos mais corruptos e devolveremos o otimismo
aos fracassados. A responsabilidade está em nossas mãos e a modificação deve
começar no íntimo de cada habitante deste planeta, a espera por fatores
externos é inútil e todos aqueles com consciência de seus deveres sabem a
responsabilidade de suas ações neste palco de desarmonia que é este mundo.
Que belo seria se os bons fossem mais
audaciosos, poderíamos mudar tudo sem tanto esforço como é imaginado, porém os
bons estão oprimidos, controlados e distraídos. Para erguer esses bons é
preciso de um despertar, e este será baseado na paz, no amor, na fraternidade,
na compreensão das diferenças. A próxima revolução não será de guerras, mas sim
de ideias, ideias tão claras e incontestáveis
que farão o mais tirano dos homens se entregar aos novos tempos.
Mergulhe em seu interior e faça parte da revolução.
Tweet